Por Luís Nhachote
Olhando transversalmente para os resultados provisórios das últimas eleições gerais que, com alguma profusão vêm saíndo, tudo parece indicar, nesta fase inicial da contagem, que o primeiro milho vai para a batucagem para espanto de uma perdiz que deve estar atónita e ainda, de vassoura na mão.
Tudo ainda pode acontecer, mas estas verdades iniciais, mostram que o eleitorado “das redes sociais” (a “Fábrica de Sonhos Inalcansansáveis” do ex-filho mais querido da nação) que a direção da Renamo sempre pensou ser o único eleitorado de Venâncio Mondlane (VM7) está, o miúdo, a passar-lhes, um inequívoco e doído cartão azul à escumalha de Ossufo Momade incluindo os amanteigados associados para vilipêndio da unidade do partido.
Os resultados preliminares nas mesas de votação nas principais capitais provinciais, até ao romper da presente aurora eleitoral, mostravam uma disputa acirrada entre Daniel Chapo e Venâncio Mondlane e a distância um Ossufo Momade e Lutero Simango.
Dizíamos que ainda há muito por acontecer, mas não deixe de ser interessante verificar que a Renamo é a maior perdedora desta eleição.
Ao aceitar “negociações” com a Frelimo, em nome da “PAZ” e da “PARIDADE” e resignar de brigar contra a injustiça eleitoral das eleições autárquicas de 2023, Ossufo Momade deu início ao calvário de construir a própria sepultura na esfera pública e levou a Renamo para o enterro.
Confiante na eterna paridade que a Renamo ainda goza nos retalhos de Roma que chancelaram a divisão do erário público partilhado com a Frelimo e a “Sociedade civil”, a Perdiz foi traída por aquilo que Afonso Dhlakama recusou em vida e Ossufo Momade nela se refastela: o estatuto e as benesses do “líder do segundo partido mais votado”.
São esses milhões que enfeitiçaram as hostes amanteigadas que orbitam à volta de Ossufo ao ponto de sobrarem cifrões (vírgulas) para se comprarem mais vassouras com cabo eleitoral que não limparao a vergonha interna: a falta de transparência da gestão dos dinheiros, mas que a sua gordurosa e bochechuda cara denuncia. Farto, faustoso e barrigudo, por um lado e silencioso, quieto e distraído, por outro ingredientes do idiota perfeito.
Deve ser essa fartura que em aparente acto de desespero, num acto igual aos resgates das ossadas de um açoriano, André Matade Matsangaissa acabou por ter um funeral eleitoral… o mal dos nossos mortos é que não podem falar…
Politicamente inerte, Ossufo controla a Renamo nos moldes que nos foram recordados no forçado congresso de Alto Molocué: como um general em estado de guerra contra novos e antigos convertidos que não conhecem o troar das armas e se auguram academicamente como os sabichões dos novos tempos. E para piorar se fez de mouco aos aoelos de Muchanga, o Louco de reconsiderar o retorno de VM7 à família Matsanga.
Venâncio Mondlane deu o peito às balas e assumiu que quem vence eleições na capital que recebeu os revolucionários a cinquenta anos, podia ser o bispo de milhares de sedentos da palavra da salvação…
Depois da saga na justiça, VM7, fechou as portas da Perdiz tendo saído pela porta principal com o manancial de informação que recolheu a época de assessor sénior da turma.
Em nome da paridade, a Renamo não quis ler os sinais dos tempos com as eleições de 2023. E, se os ventos da justiça da história soprarem, pode ser que a Perdiz se lembre que apesar dos pesares, das máfias e das batotas, um dia mereceu a confiança de mais de metade dos moçambicanos, às épocas, com idade eleitoral.
E aí vão se lembrar de Afonso Macacho Marceta Dhlakama! No oitavo dia da missa do último morto