Por CF
O candidato presidencial suportado pelo Partido Podemos, Venâncio Mondlane, voltou a declarar-se
vencedor das eleições presidenciais cujo processo de votação decorreu no dia 9 de Outubro. Recorrendo
a uma contagem paralela feita pelo seu Gabinete Técnico, Mondlane, disse em conferência de Imprensa
esta sexta-feira que segundo dados referentes a 25% dos votos já contabilizados ele segue a frente com
51% dos votos contra 41% de Daniel Chapo. Estes números contrariam os resultados oficiais que estão a
ser divulgados pelos órgãos eleitorais em que grosso modo, Daniel Chapo e o partido Frelimo aparecem
a frente. Aliás, a Comissão Nacional de Eleições,CNE já criticou a postura de Venâncio Mondlane de
autoproclamar-se vencedor das eleições presidencias. Recentemente, Paulo Cuinica, porta-voz da CNE,
remeteu a proclamação dos resultados eleitorais a órgãos próprios.
Venâncio Mondlane, que acredita que os resultados eleitorais farão dele o próximo presidente de
Moçambique, já constituiu uma Comissão de Transição Governativa, que vai trabalhar para com o actual
governo para a transição na governação em Moçambique.
A postura de Venâncio Mondlane é um sinal claro que não vai aceitar os resultados oficiais que ele já
considera estarem “viciados”. Aliás, ele acredita que, “o povo vai deste vez colocar um fim a 30 anos de
fraude”. Sem dizer como é que o povo vai colocar “ fim a 30 anos de fraude” , Mondlane disse
simplesmente que “se fôr para marchar eu vou marchar”.
Desde que 1994 até agora, as eleições em Moçambique têm sido marcadas por queixas de fraudes e irregularidades, grosso modo, em benefício do partido no poder. Fraudes e irregulariadades que já estiveram na origem de vários conflitos pós- eleitorais. E pelo que se pode entender da postura do candidato presidencial Venâncio Mondlane, os resultados eleitorais oficiais serão contestados. Mas não sem razão porque as eleições multipartidárias em Moçambique continuam longe de serem justas, transparentes e justas. (Moz24h)