Adelino Timóteo, o versátil escritor que migrou sete anos por uma “Biblioteca debaixo da Cidade”*
Bibliografia do autor
Adelino Timóteo nasceu 3 de fevereiro de 1970 (53 anos de idade). É licenciado no ensino da Língua Portuguesa, licenciado em Direito, Jornalista. Exerce função de jornalista no semanário Canal de Moçambique, na cidade da Beira. O Adelino é artista plástico.O livro é de fundamental importância para o desenvolvimento da sociedade. [As] Plataforma digitais [como o] WhatsApp, Facebook não tiram espaço do livro.As redes socias trazem ao debate assuntos que quebram a cadeia de transmissão de conhecimento [por] ser necessário uma instrução para melhor uso não para manipulação, aterrorizar, destruir, [promover] falsidade, mentiras.
Os estudos ou interpretações com base em evidências, dos antropólogos, dos sociólogos, dos economistas não pode servir para argumentar teses de doutoramento ou sustentar conhecimento sobre Moçambique no estrangeiro, a capitalização desses conhecimentos é condição para desenvolvimento, paz convivência democrática e harmoniosa.
Não tenho dúvidas de que a educação foi um dos principais mecanismo e estratégia usada para libertação do espaço físico e social a favor dos africanos. Vivemos momentos de fragilidade na abordagem gestão de conhecimento quando observamos erros nos instrumentos de transmissão de conhecimento quer na escrita assim como nos conteúdos. A biblioteca por de baixo da cidade_, Os últimos dias de Uria Simango 2018; Afonso Dhlakama – a longa luta em defesa da democracia, 2019; Daviz Simango, A difícil transição à democracia 2019,
Livro 1 A biblioteca debaixo da Cidade;
379 páginas; divididos em 8 Partes, 30 capítulos, prefácio e posfácio. Romance escrito num período de 7 anos;
AS 8 partes são:
Parte I Um princípio de um fim; Parte II A biblioteca de baixo da cidade; Parte III Acidade Negra; Parte IV A verdadeira Biografia da Suzana; Parte V O paraíso esperado; Parte VI os funerais de um livro de Ouro; Parte VII Entre a razão e o instinto; VIII Crónica de um amor contrariado.
A biblioteca é importante [pois] leva a transformações sociais não somente para espalhar conhecimento, mas [para] levar ao desenvolvimento da personalidade humana.
A biblioteca debaixo da cidade é um romance com histórias relativamente complexas (simples?), que o autor trata de descrever o amor dando uma pureza natural vinculada aos sonhos de uma cidade amada com marcas do passado que refletem o presente e um futuro maravilhado.
A descrição da narrativa [é] isenta de ideologias políticas, [mas vai] aglutinando elementos da ciência nos valores da natureza, de convivência social, ética e moral. O autor evidencia o amor que tem com a a cidade independentemente das condições que apresenta, o amor incondicional à sua sociedade e cultura onde o limite ético é uma utopia/sonho.
Adelino, utilizando-se de uma pureza metodológica da narrativa, “partindo da vocação de vida de um Vagabundo”, faz uma peregrinação na Cidade da Beira de 1936 até 1975 com variadas personagens dissimuladas de mistérios, Laurentino Carambola, Diva Suzana, Mendes dos Remédios esposo, mergulhados em cenas da natureza, traçadas de ficção, cavalgando diversas fases da vida nas ruelas “a biblioteca de baixo da cidade”
, onde o vento e as trevas são sinónimos, despidos do oculto do passado trazendo contemporâneo da sociedade harmonizado pela unidade do pensamento que se ligam ao amor ultrapassando culturas e as diferenças.
É uma narrativa onde o autor galga a prosa, conecta a poesia, resultado de longa estrada de escrita. Retrata as vozes como ecoar dos Deuses que transcendem o universo, confundidos com ficção embalando o pensamento em busca da emoção do leitor.
De memoria recorda a minha passagem no livro “Suspiros poéticos e Saudades”, escrito no ano de 1836 por escritor Brasileiro, “Domingos José Gonçalves de Magalhães. Coletânea de poesias, narra impressões dos lugares; navega ruínas da antiga Roma, meditando sorte dos impérios… admirando a grandeza de Deus, sorte da pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida.
O livro apresenta infinitas batalhas em busca da liberdade do leitor, através de conexões de linguísticas que permitem desmistificar as zonas de penumbra, onde a luz seja o leitor, presenteado com várias expressões gramaticais que relembram, escrita de vários autores, [tais como] Calane da Silva [autor de] Nyembete ou AS cores da lagrima; Jose Craverinha [em] Poemas eróticos, [ou] Babalaze das Hienas;
Mia Couto [com o seu] O último voo do flamingo (maneira como os elementos fantásticos, a tradição do povo e o tom levemente humorístico enlaçam as contradições sociais expostas no romance um romance que conta os primeiros anos pós Guerra em Moçambique envolvendo a ONU; Machado de Assis (Brasil) “Memórias Póstumas de Brás Cubas”; “Dom casmurros”; José Maria de Eça de Queiroz, “Os Maias”; “O Crime do Padre Amaro”; “A cidade e as serras”; “Primo Basílio””; Bernardo Guimarães (Brasil) pelo romance A Escrava Isaura.
Ao viajar na biblioteca de baixo da cidade estes autores vitalizam sonhos e emoções ao leitor.
No plano teórico, prosa essa poética, Adelino Timóteo aborda [uma] cidade coberta de diversas relações sociais, nas estruturas, na política, nos espaços. É um livro muito surpreendente, com várias mulheres fortes, sábias e empoderadas; são inclusive um dos pontos altos do livro, onde fazem transbordar o amor.
Termino a peregrinação pel´“A biblioteca debaixo da Cidade” entalado no túnel “da Crónica de um amor contrariado”, onde o verbo é o amor, fora e dentro de cada um de nós cabe a poesia da alma e do coração, e que só pela alma e o coração devem ser julgadas.
O livro ensina a importância de valorizar o que importa realmente nos momentos de sombra nos momentos de luz. Memórias boas devem ser guardadas utilizá-las para transformar as nossas vidas; o ego do amor do eu para cultura do bem-estar e do bem fazer para o colectivo. (X)
*Título da responsabilidade do Jornal É@GORA
**Autor do texto lido aquando da apresentação, em Chimoio, do livro A Biblioteca Debaixo da Cidade, a mais recente das quatro obras de Adelino Timóteo, Galardoado um dos maiores escritores pelo Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora.
https://jornaleagora.pt/adelino-timoteo-o-versatil-escritor-que-migrou-sete-anos-por-uma-biblioteca-debaixo-da-cidade/?fbclid=IwAR2v3185QUsxAQXi7ecK_ZP2uNlLDf512LlB6HMEouCXJacTcm6TVuO8Cm8