Por CF
O candidato presidencial suportado pelo partido Podemos, Venâncio Mondlane, anunciou este quarta- feira que vai tomar posse como o quinto presidente de Moçambique no dia 15 de Janeiro do próximo ano. Em mais uma transmissão em directo da sua conta Facebook , Mondlane, exortou os seus apoiantes a prepararem-se para a sua tomada de posse. Não ficou claro se a sua tomada de posse irá resultar da validação e proclamação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional ou se ele irá organizar a sua tomada de posse de forma unilateral. Como também, Venâncio Mondlane, não disse se virá a Moçambique para a referida cerimónia de tomada de posse. Em suma, o candidato presidencial que reclama vitória nas eleições de 9 de Outubro não deixou claro em que termos irá acontecer a sua tomada de posse como o quinto presidente de Moçambique.
Vale a pena lembrar que o Conselho Constitucional ainda trabalha para a validação e proclamação dos resultados das eleições de 9 de Outubro. Eleições que foram marcadas por fraudes e irregularidades mas que segundo a Comissão Nacional de Eleições deram vitória ao partido Frelimo e ao seu candidato Daniel Chapo.
Na mesma ocasião, Venâncio Mondlane, anunciou o encerramento de todas as concessões mineiras no
território moçambicano, sob alegação de que “não trazem benefícios para o povo”. Esta medida deverá vigorar até ao dia 15 de Janeiro de 2025 dia em que Mondlane diz que “vai tomar posse como o quinto presidente de Moçambique”.
Vale a pena dizer que as populações têm estado a invadir algumas concessões mineiras, sob alegação de que estas não cumprem com a sua responsabilidade social para com as comunidades circunvizinhas. O caso mais visível foi o da Kenmare que explora areias pesadas no distrito de Moma. Os manifestantes destruiram infraestruturas e apoderaram-se veículos de uma empresa que presta serviços a multinacional inglesa. Há informações de que a Kenmare e outras multinacionais ponderam interromper as suas operações em Moçambique por falta de segurança.
Mondlane também “ordenou” que até as 12 horas se permita a passagem de comerciantes, conhecidos
por “mukheristas” na fronteira de Ressano Garcia, sem que paguem as taxas devidas. Contudo, a
eficácia desta medida é discutível visto que as autoridades sul-africanas ordenaram o encerramento da fronteira pelo seu lado, por razões de segurança.
Mondlane também voltou a dizer que as portagens não devem cobrar aos seus utentes. Outra medida anunciada pelo autoproclamado “ presidente eleito de Moçambqiue” é a obrigatoriedade das viaturas do Estado “darem boleia ao povo”. Este medida, obriga a que as viaturas do Estado, sobretudo as que fazem transporte de funcionários públicos, sirvam também para o transporte da população.
Venâncio Mondlane também anunciou que no próximo dia 15 do corrente mês dará a conhecer as funcionalidades de fase de manifestações denominada V8. Esta quarta-feira, termina a fase das manifestações denominada 4×4. Vale a pena lembrar que esta fase foi marcada pelo recrudescer da
violência o que levou a que vários actores da sociedade lançassem apelos ao diálogo. Contudo, Venâncio Mondlane que se diz aberto ao diálogo não acredita que o governo moçambicano tenha a mesma vontade. No entanto, o presidente moçambicano Filipe Nyusi, tem estado a auscultas actores relevantes da sociedade supostamente na busca de ideias para um possível diálogo.