Por CF
O famoso pan-africanista queniano, PLO Lumumba, excrveu uma carta ao presidente moçambicano,
Filipe Nyusi, “exortando-o a considerar assumir um papel fundamental na promoção da paz e
reconciliação em Moçambique e a ouvir as vozes da razão”. A carta da Lumumba famoso por defender
soluções africanas para os problemas africanos foi feita a propóstido da crise pós-eleitoral que se vive
em Moçambique. Na referida carta que chegou a Filipe Nysusi por via da embaixada moçambicana no
Quénia, o pan-africanista lembra que, “ o rescaldo das contestações ás eleições realizadas no dia 9 de
Outubro de 2024 é de que mergulhou a nação numa turbulência, causando imenso sofrimento ao seu
povo”.
Lumumba também lembra Filipe Nyusi, citando o saudoso presidente tanzaniano, Julius Nyerere
que: “ um líder que, para os outros não deixa um legado para que se possam inspirar, pode ser
considerado um líder fracasso”. A carta a que nos referimos também foi do conhecimento de Venâncio
Mondlane, o candidato presidencial suportado pelo partido Podemos que convocou as manifestações
por não concordar com os resultados eleitorais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições. Os
referidos resultados indicam uma vitória clara do partido Frelimo e do ser candidato presidencial, Daniel
Chapo. As manifestações já causaram mais de uma centena de mortos e milhares de feridos. A maioria
das mortes foi causada por baleamentos por parte da Polícia que tem mostrado elevado grau de
impreparação para lidar com as manifestações.
O presidente moçambicano tem estado a fazer uma auscultação pública supostamente com objectivo de
procurar soluções para a crise pós-eleitoral. Contudo, não há indicações de que já tenha efectuado
algum contacto com Venâncio Mondlane que esta segunda-feira anunciou uma paragem nas
manifestações até ao dia em que o Conselho Constitucional vai proclamar e validar os resultados das
eleições de 9 de Outubro. O partido Frelimo também esta segunda feira fez saber estar aberto ao
diálogo sem, contudo, dar a conhecer em que termos. Acredita-se que o partido no poder desde a
proclamação da Independência em 1975 só esteja disposto a dialogar depois que o Conselho
Constitucional proclame a si e ao seu candidato presidencial vencedores das eleições de 9 de Outubro.
Nesse caso , Venâncio Mondlane teria primeiro que reconhecer o partido Frelimo e Daniel Chapo como
legítimos vencedores e depois podia-se iniciar o processo negocial.