Por CF
O candidato presidencial suportado pelo partido Podemos, Venâncio Mondlane, fez saber este Domingo que foi contactado por vários actores internacionais e nacionais que pedem cinco dias de tréguas nas manifestações para que possam actuar de diversas formas na crise pós- eleitoral em Moçambique.
Entre as organizações que terão contactado o candidato presidencial que estão o Vaticano e também o Grupo de Anciãos constituído por antigos presidentes de países de SADC. Mondlane também referiu que foi contactado por organizações religiosas moçambicanas que, também pedem cinco dias de tréguas nas manifestações pós-eleitorais que segundo algumas organizações de direitos humanos já causaram mais de 250 mortes maioritariamente causados por baleamento das Forças de Defesa e Segurança.
Contudo, Mondlane remeteu para aos seus apoiantes a decisão de concessão ou não das tréguas dos cinco dias sugeridas pelos diversos actores. Os antigos presidentes da SADC pretendem exercer um papel de mediação entre as partes relevantes para o resolução da crise pós-eleitoral que se vive em Moçambique.
Venâncio Mondlane também referiu-se a organizações de direitos humanos que pretendem realizar trabalho de investigaçãos sobre as circunstâncias das mortes das centenas de manifestantes. Como também, fez referência agentes económicos que pretendem fazer a reposição de stock depois da onda de saque e vandalismo que se seguiu a validação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional.
Hoje deverá ser anunciado a fase ponta de lança mas Mondlane não deixou claro se a mesma vai acontecer ou se será mesmo observada a trégua de cinco dias. Tanto Mondlane como Chapo falam em diálogo mas ainda não há acções concretas. Mas o histórico moçambicano mostra que uma das condições para o partido Frelimo aceitar o diálogo, é que Venâncio Mondlane aceite Daniel Chapo como um presidente da República legítimo. Foi assim com a Renamo, nas negociações que levaram aassinatura dos Acordos de Roma em 1992. Como em todos os acordos que se seguiram as crises pós-eleitorais.
Contudo, Venâncio Mondlane voltou a dizer este Domigo que vai tomar posse no dia 15 de Janeiro. E em entrevista a um canal de televisão português, Mondlane disse que não iria inviabilizar a tomada de posse de Daniel Chapo também marcada para o dia 15 de Janeiro. E um país normal não pode ter dois presidentes.
Ainda são escassos elementos sobre que esta nova fase que, segundo Mondlane,deverá ser a recta finaldo processo de manifestações. Nas redes sociais, especula-se que Venâncio Mondlane pretenda armar o povo para se defender das Forças de Defesa e Segurança que têm já nas suas estatísticas quase três centenas de manifestantes. Contudo, na sua entrevista a um canal de televisão português, Mondlane,não confirmou essa ideia de armar o povo.