Sem um diálogo político transparente e inclusivo, depois da chamada etapa “Turbo V8”, que foi a mais sangrenta de todas, com um registo de mais de 200 mortes, fazendo subir o número de vítimas mortais para 500 – segundo dados resultantes do trabalho de monitoria e registo das vítimas feito pelo Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), com o fim último de fazer justiça para vítimas e suas famílias – Moçambique caminha para uma nova etapa de manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, o principal rosto da contestação dos resultados eleitorais.

É a chamada etapa “ponta de lança”. Segundo Mondlane, é a derradeira etapa das manifestações, que se prevê violentas, ameaçando agravar ainda mais a instabilidade no país.
Desde as eleições realizadas em 9 de Outubro de 2024, o cenário político moçambicano deteriora-se rapidamente, marcando uma das piores crises pós-eleitorais da história do país. A crise tem gerado graves consequências humanitárias e violações de direitos humanos.
Vários relatos indicam um aumento significativo de episódios de repressão violenta por parte das forças de segurança, ataques contra civis e um crescente número de deslocados internos e refugiados, rompendo a coesão social.

A ausência de diálogo político e a insistência em governar sem atender às demandas de transparência e inclusão estão apenas aprofundando o abismo entre a liderança política e o povo moçambicano.
O momento exige uma acção imediata, com soluções que busquem a estabilização do país, a restauração da confiança e a protecção dos direitos de todos os cidadãos.
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