Politica

Renamo Reorganizar-se, mas será suficiente para evitar a Fragmentação?

Por Quinton Nicuete

A reunião liderada por Ossufo Momade ocorre num momento crítico para a RENAMO, levantando sérias preocupações sobre a estratégia do partido e a sua real capacidade de reorganização interna. A necessidade de “afinar a máquina partidária” não só indica um esforço de revitalização, como também expõe fragilidades estruturais que podem comprometer a sua posição no panorama político moçambicano.

Segundo uma nota publicada na página oficial do partido, diz que facto de Momade se reunir com os quadros do Secretariado-Geral para redesenhar estratégias sugere uma tentativa de recompor a base partidária, possivelmente como resposta à perda de influência, à crescente dificuldade na mobilização de militantes e às tensões internas que têm marcado a atual fase do partido. O grande dilema é se esta iniciativa representa uma verdadeira reorganização ou se é apenas uma medida reativa perante uma crise latente.

A decisão da Associação Nacional dos Combatentes da Luta pela Democracia (ACOLD) de reabrir delegações encerradas coloca em evidência um passado recente de desmobilização e retração partidária. Nos últimos anos, a RENAMO tem enfrentado dissidências internas que enfraqueceram a sua capacidade de articulação política, levando a uma perda significativa de território eleitoral e de presença ativa na sociedade. Recuperar esses espaços não será tarefa fácil e poderá exigir mais do que simples declarações de unidade.

Para além da intenção de dar um novo impulso à RENAMO, surge uma questão maior: será que a liderança de Ossufo Momade tem força suficiente para restaurar a credibilidade do partido ou apenas tenta retardar uma erosão inevitável? Sem um plano de ação concreto e medidas estruturadas que vão além de discursos de mobilização, o impacto real desta reestruturação permanece incerto.(Moz24h)

Num ambiente de crescente fragmentação da oposição e desafios internos que ameaçam o equilíbrio político, esta reunião pode ser vista como um sintoma das dificuldades enfrentadas pela RENAMO. O futuro do partido dependerá não apenas da capacidade de reorganização estrutural, mas também da forma como conseguirá responder a desafios concretos que comprometem a sua estabilidade e relevância no cenário nacional.

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