Por CF
O candidato presidencial, Venâncio Mondlane, disse que em caso de vitória “ vai trabalhar com todos os
partidos políticos. O candidato presidencial suportado pelo partido Podemos depois de fazer uma
referência a vários partidos da arena política moçambicana com quem está diposto a trabalhar, disse:
também vamos trabalhar com os que estragarm o país”. Isto numa referência ao partido Frelimo que
governa Moçambique desde a proclamação da independência nacional em 1975. Venâncio Mondlane
fez estes pronunciamentos em Niassa onde esta a fazer a sua campanha eleitoral.
A ideia de um governo inclusivo é comum ser dita pelos políticos em período eleitoral ou pelo menos
antes de assumirem o poder. Na sua tomada de posse em 2015, o presidente Filipe Nyusi, disse que no
seu coração havia lugar para todos os moçambicanos. Esta ideia foi entendida em alguns círculos com
uma abertura para um governo inclusivo. Algumas correntes de opinião acreditaram que Nyusi iria
chamar para o seu governo figuras não filiadas ao partido Frelimo, o que não aconteceu. Como que a
pretender lavar a cara, no seu segundo mandato, o presidente moçambicano, nomeou Raúl Domingos,
ex-dirigente da Renamo e presidente do PDD, um partido sem expressão, para o cargo de embaixador
de Moçambique no Vaticano. Filipe Nyusi também nomeou Eduardo Namburete, quadro e deputado da
Renamo, para embaixador de Moçambique na Argélia.
No passado já houve a ideia de resolver os conflitos pós-eleitorais com a formação de um “Governo de
Unidade Nacional”. Contudo, esta ideia nunca vingou no panorama político moçambicano. A ideia
lançada por Venâncio Mondlane pode relançar o debate da formação de um governo inclusivo por quem
vencer as eleições moçambicanas agendada para o dia 9 de Outubro.(Moz24h)