Juntar no mesmo pacote terrorismo, naparamas e manifestações contra meio século de desgoverno da Frelimo para legitimar a violência do Estado?
Daniel Chapo, que tomou posse em 15 de Janeiro de 2025 como o quinto Presidente da República (PR), declarou guerra contra o povo. Num discurso feito a partir de Pemba, a capital provincial de Cabo Delgado, Daniel Chapo equiparou o terrorismo, que desde 5 de Outubro de 2017 assola a província de Cabo Delgado, aos protestos que o país vive desde 19 de Outubro de 2024, feitos contra os resultados eleitorais, mas que com o tempo se metamorfosearam em protestos contra os 50 anos de desgoverno dos várias regimes do partido Frelimo.
Porque na óptica dele as manifestações populares são iguais ao terrorismo, o Estado vai mobilizar-se para atacar o povo, mesmo que, para isso, seja necessário derramar sangue como acontece em Cabo Delgado.
“Tal como estamos a combater o terrorismo, há jovens que estão a derramar o seu sangue para a integridade territorial de Moçambique, para manter a nossa independência, aqui em Cabo Delgado, mesmo se for para jorarmos sangue contra as manifestaçoões, vamos jorrar sangue. Vamos combater o terrorismo, vamos combater os naparamas e vamos combater as manifestações”, disse Daniel Chapo, num comício na cidade de Pemba, Cabo Delgado, na segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2025.