Por CF
Mesmo sem a presença de Venâncio Mondlane que tinha prometido estar presente mas que por razões de segurança não pôde estar, os seus apoiantes tudo fizeram para chegar ao centro da cidade de Maputo para dar corpo a “marcha de vitóruia”nesta quinta-feira. Em vários pontos os manifestantes agruparam-se com intuito de marcharem para o centro de cidade de Maputo.

Mas a Polícia e os militares desde a noite de quarta-feira que estavam posicionados em pontos estratégicos para impedirem que os manifestantes chegassem ao centro da cidade capital. Mas porque os manifestantes insistiam em querer avançar com as suas marchas a Polícia recorreu a disparos de gás lacrimogénio, de balas de borracha e mesmo de balas verdadeiras para reprimir os manifestantes.
Grosso modo, os manifestantes respondiam atirando pedras ou incendiando pneus. A Avenida Vladimir Lénine, nome em homenagem ao revolucionário russo, foi um dos epicentros das manifestações. Milhares de manifestantes idos de vários bairros circunvizinhos ali juntaram-se para chegarem ao centro da cidade. Mas o cordão policial tudo fez para impedir os mesmo de avançarem. Aliás, esta foi uma constante em vários pontos da cidade de Maputo onde os manifestantes tentavam furar os cordões policiais e a Polícia de tudo fazia para que os manifestantes recuassem.

Mas pela primeira vez, desde que as manifestações convocadas pelo candidato presidencial, Venâncio Mondlane, começaram um grupo de manifestantes conseguiu chegar ao centro da cidade de Maputo. Os manifestantes conseguiram ludibriar as várias barreiras policias e chegaram a zona onde está o edifício da Electricidade de Moçambique na Avenida Eduardo Mondlane. Aqui a Polícia recorreu ao habitual gás lacrimogénio para reprimir os manifestantes. Estes fugiram em várias direcções mas enquanto fugiam iam incendiando caixotes de lixo e pneus.
Partes da Avenida Eduardo Mondlane e ruas adjacentes ficaram cobertas de fumo negro num cenário que até aqui só acontecia nos bairros suburbanos. Nesta mesma avenida foi visto um carro preto cujos ocupantes disparavam sempre que vissem um aglomerado de pessoas. Aliás, em alguns bairros também foram vistos elementos da Polícia à paisana que disparavam balas verdadeiras contra os manifestantes que fugiam.
A Polícia mais uma vez voltou a disparar gás lacrimogénio para residências mesmo que os residentes não estivessem envolvidos nas manifestações. Aliás, um dos rescaldos que se pode fazer das manifestações é a despreparação da Polícia para lidar com manifestações. A Polícia parece não ter um protocolo claro que deve seguir na repressão as manifestações. E em alguns casos parece haver dois comandos. Por um lado uma Polícia que dialoga com os manifestantes e outra que simplesmente dispara gás lacrimogénio. Nesta quinta-feira há informações de terem morrido pelo menos quatro pessoas vítimas das balas da Polícia.
Venâncio Mondlane diz que as manifestações vão continuar O candidato presidencial, Venâncio Mondlane, fez saber esta quinta- feira que as manifestações vão continuar até que se reponha a verdade eleitoral. Mondlane que vive exilado em parte incerta prometeu dar pormenores das acções a serem levadas a cabo. No entanto, de vários quadrantes da sociedade chegam apelos para que se encontre uma solução para a actual situação que se vive no país.

Um dado relevante nas manifestações desta quinta-feira é que as restrições do serviço de internet não impediram a mobilização dos manifestantes. Em vários bairros da cidade de Maputo, multidões juntaram-se para participarem das manifestações. (Moz24h)