Por CF
No período mais aceso das manifestações ao presidente do partido Podemos, Albino Forquilha,
recorrentemente era perguntado se estava alinhado com Venâncio Mondlane. A resposta era sempre
um convicto: sim. Nas suas habituais lives, Venâncio Mondlane, também reafirmava o seu alinhamento
com o líder do partido que suporta a sua candidatura presidencial. Mas o tempo de estarem alinhados
parece ter chegado ao fim.
Albino Forquilha, tem dito que os 43 deputados eleitos pelo Podemos vão tomar posse. Segundo, ele
sendo deputados legitimamente eleitos não vê razão de não tomarem posse. Mas Dinis Tivane, assessor
de Venâncio Mondlane, apressou-se a publicar um vídeo na rede social Facebool a dizer que “a tomada
de posse do partido Podemos é sim um acto de traição, porque o povo está a fazer uma luta, está nas
ruas. Mais do que isso é o facto de o partido Podemos, na nossa contagem paralela, ter 138 assentos.
Qual é a razão de o partido correr para tomar posse de 43 assentos, quando o partido merece 138?”. No mesmo vídeo, Tivane, discute as implicações jurídicas da não tomada de posse por parte dos deputados
e nega que isso implique a perda de mandato.
Pouco tempo depois, Venâncio Mondlane, emitiu um comunicado no qual refere que” estando o estimável presidente Albino Forquilha numa série de pronunciamentos públicos e políticos que vão na contramão do acordo ( pré-eleitoral entre ambos) urge alerta aia povo moçambicano e aos demais destinatários que tais decisões, pronunciamentos públicos, políticos, acordos e negociações são nulos e
de nenhum efeito por violar o espírito e letra do acordo supracitado”. Em poucas palavras, Venâncio
Mondlane acusa o presidente do Podemos, Albino Forquilha , de estar a violar o Acordo Político
Coligatório assinado por ambos no dia 21 de Agosto de 2024 No distrito da Manhiça, Província de
Maputo.
No entanto, o conteúdo do referido acordo é secreto. E sendo o acordo secreto torna-se difícil que os
demais destinatários do referido comunicado onde se inclui o presidente Filipe Nyusi, partidos políticos
moçambicanos e também representações diplomáticas representadas em Moçambique, possam emitir
uma opinião sólida sobre a violação ou não do acordo por parte de Albino Forquilha. Aliás, a opinião
pública considera ser de bom tom que o referido acordo seja conhecido. Aliás, tanto os deputados
eleitos pelo partido Podemos com a vitória que Venâncio Mondlane reivindica, são produto da votação
dos eleitores. Pelo que seria razoável que o referido acordo fosse tornado público.
Hélder Mendonça, figura proeminente do partido Podemos, escreveu na sua conta na rede social
Facebook o seguinte : “ Se… os tempos denunciaram ausência de músculo suficiente para sustentar algo
melhor através das manifestações… porquê seria traição decidir fazer uso dos 43 assentos em defesa do
povo?”. Mais uma posição que aponta que o Podemos está direccionado em que os seus 43 deputados
tomem posse na Assembleia da República. (Moz24h)