Por Por João Nicuete
O Ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, deu a conhecer nesta quarta-feira a situação de ordem e segurança em Cabo Delgado, afirmando que a região encontra-se em tranquilidade, apesar de confirmar a ocorrência de alguns ataques e sequestros de menores de idade.
“Podem ocorrer situações que têm vindo a ser contabilizadas em algumas regiões, de rapto de rapazes e raparigas, e casos de decapitação de cidadãos indefesos.”
O dirigente, citado pelo jornal O País, acrescentou que “nem sempre as Forças de Defesa estarão por perto para responder a altura e cortar a ocorrência destes actos. Mas, de modo geral, a situação em Cabo Delgado é de estabilidade, comparativamente ao mesmo período do ano passado”, explicou.
O ministro também afirmou que não confirma a informação veiculada pela imprensa nacional e estrangeira, na semana passada, sobre o envio de novas tropas ruandesas para Cabo Delgado.
“Não confirmo a vinda de mais efetivos das forças de segurança do Ruanda. Confirmo, sim, que os efetivos que estiveram cá, no início da missão daquele país em Moçambique, sempre tiveram momentos de troca, tal como os nossos que estão no terreno, que fazem o refrescamento. Então, esses momentos acontecem de tempo em tempo”, explicou o governante, negando também ter havido qualquer contacto de Maputo com Kigale sobre este assunto.
O responsável pela pasta do Ministério da Defesa Nacional respondia às perguntas da imprensa após orientar a cerimónia de empossamento do novo director do Centro de Análise Estratégica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CAE/CPLP). Ele disse que a situação exige o empenho de todos.
“O combate ao terrorismo é um processo que acontece sem datas específicas, e acreditamos que poderá levar seu tempo, apesar dos esforços internos, conjuntamente com os nossos parceiros, para acabar com este mal. O que podemos assegurar é que as Forças de Defesa Nacional e a inteligência estão a trabalhar, fato confirmado pela ocorrência de quase todos os eventos políticos e sociais nos últimos dias, com destaque para o processo eleitoral”, disse Chume.
A situação dos Naparamas é uma questão de segurança pública que gostava de deixar a cargo do Ministério do Interior, embora possa dizer que, se a situação dos Naparamas continuar a perigar a integridade física dos cidadãos e da sociedade, é nosso papel como Força de Segurança assegurar a ordem”, concluiu.
Falando sobre as manifestações que ocorreram quase em todo o país, o ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, afirmou que os atos chamaram a atenção para a necessidade de melhorias, não só no âmbito da Política de Defesa e Segurança, mas também no setor de Segurança, de forma a acompanhar a evolução da sociedade.
“Hoje, não restam dúvidas de que estamos bastante expostos ao sufrágio popular. Contudo, não deve prevalecer o discurso de ‘Eu e Eles’ quando se trata de segurança coletiva”, disse o governante.
O ministro da Defesa Nacional reconhece que os “atos de violência” que ocorreram no país nos últimos meses não são uma novidade na comunidade, enfatizou. (Moz24h)