Por CF
O Serviço Nacional de Migração na Província de Maputo, através da sua Repartição Provincial de Aquisições adjudicou ao Hotel Paraíso de Ressano um concurso no valor de cerca de 9 milhões Meticais, cujo o objecto é o fornecimento de refeições ao membros do SENAMI afectos ao Posto de Travessia de Ressano Garcia.
Estas refeições foram fornecidas durante a “operação reconciliação referente à quadra festiva 2024-2025”. Contudo, a referida adjudicação foi feita a 9 de Janeiro, um pouco depois da passagem do período da quadra festiva. Fonte entendida na matéria acredita que a operação pode ter continuado mesmo depois da quadra festiva, em virtude das manifestações pós-eleitorais. Ressano Garcoa foi um dos pontos de ebulição das manifestações pós-eleitorais que, em vários momentos obrigaram o encerramento da fronteira de Ressano Garcia do lado moçambicano e Lebombo do lado sul-africano. No entanto, a mesma data sugere que o concurso público foi lançado depois da operação estar em curso e depois das refeições terem já começado a ser consumidas. O que leva a que se acredite que se trata de mais um ajuste directo.
O recurso a ajuste directo nas compras do Estado levantam muitas dúvidas da transparência das
mesmas. Vale a pena lembrar que as compras do Estado são uma fonte de corrupção e de
enriquecimento ilícito.
No seu discurso inaugural, Daniel Chapo prometeu criar uma instituição centralizada e digitalizada para
as compras do Estado. O Presidente moçambicano acredita que desta forma pode -se evitar os casos de
corrupção nas compras públicas. Contudo, há quem acredite que será uma luta difícil pois os principais
beneficiários da opacidade nas compras públicas são empresas ligadas a membros do partido Frelimo. (Moz24h)
