Economia

Reestruturação da LAM Avança Com Cortes de Pessoal e Renovação da Frota

A Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) deverá reduzir o número de trabalhadores e reforçar a frota com duas novas aeronaves do modelo Embraer 190 até ao final do corrente ano, no âmbito do processo de reestruturação da companhia. A informação foi avançada esta quinta-feira (13) pela primeira-ministra, Benvinda Levi, durante uma sessão de perguntas e respostas na Assembleia da República, em Maputo.

De acordo com a chefe do Executivo, a reestruturação da empresa insere-se num esforço mais alargado do Governo para tornar o Sector Empresarial do Estado mais sustentável e competitivo, minimizando riscos fiscais associados a empresas públicas deficitárias.

“Com a implementação destas e outras acções, pretendemos garantir a estabilidade financeira e operacional da nossa companhia, elevar a qualidade e regularidade dos serviços prestados, aumentar a cobertura dos serviços de transporte aéreo e assegurar a sua maior contribuição na dinamização da indústria do turismo”, afirmou Benvinda Levi perante os deputados.

A governante revelou igualmente que a estrutura accionista da LAM sofreu alterações, com a entrada de três empresas públicas: os Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) e a Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), que passam a deter participações na companhia aérea nacional.

O plano de recuperação em curso inclui, entre outras medidas, o reforço do capital social, o saneamento da dívida acumulada junto da banca comercial e de fornecedores, bem como o reforço dos mecanismos de controlo interno, tanto a nível administrativo como operacional e financeiro. O redimensionamento da força de trabalho constitui igualmente um dos eixos centrais do processo de reestruturação.

Uma fonte conhecedora do processo, citada pela Lusa, indicou que dos cerca de 800 trabalhadores que a LAM possuía no início do processo, em Maio, está prevista a saída de aproximadamente 160, dos quais perto de 50 deverão aposentar-se por via da reforma.

No que respeita à frota, a primeira-ministra avançou que duas aeronaves Embraer 190 deverão ser incorporadas ainda este ano, permitindo à companhia operar progressivamente com aviões próprios. Actualmente, a LAM dispõe de seis aeronaves, sendo cinco alugadas e uma Bombardier Q400 recentemente adquirida, a primeira aquisição própria em 18 anos.

Em Outubro, o Ministério dos Transportes e Comunicações anunciou a inclusão de um Airbus A319 alugado na Ucrânia, com capacidade para transportar 144 passageiros, operação que contempla também os serviços de manutenção e seguro da aeronave, assegurados pelo parceiro estrangeiro.

O Governo assumiu, em Setembro, as dificuldades inerentes ao processo de reestruturação da LAM, mas reafirmou o compromisso de garantir a funcionalidade e segurança da companhia aérea, cuja frota deverá ser reforçada com um total de cinco aeronaves até Dezembro.

Nos últimos anos, a LAM tem enfrentado diversos constrangimentos operacionais, nomeadamente uma frota reduzida e limitada capacidade de investimento, situação que tem sido agravada por sucessivas avarias e incidentes menores, frequentemente atribuídos por especialistas à insuficiente manutenção.

Em resposta, a companhia deixou praticamente de operar voos internacionais este ano, focando-se nas ligações domésticas e colocando em marcha um programa de reestruturação que implicou também a nomeação de uma nova administração em Maio. (DE)

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