A cidade de Pemba, na província de Cabo Delgado, será palco, entre os dias 12 e 18 de Maio, do primeiro acampamento da Fase III da Iniciativa “Raparigas Africanas Podem Codificar” (AGCCI, na sigla em inglês). A iniciativa tem como objectivo capacitar raparigas moçambicanas, entre os 15 e os 25 anos, com competências em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), programação, género e desenvolvimento pessoal, abrindo caminho para um futuro mais digital e inclusivo.
A escolha de Pemba para acolher esta edição do acampamento reveste-se de um significado especial. A província de Cabo Delgado tem enfrentado múltiplos desafios nos últimos anos, incluindo conflitos armados e desastres naturais, que afectaram profundamente o acesso de raparigas e mulheres à educação e às oportunidades de desenvolvimento. Ao trazer a AGCCI para esta região, pretende-se não só reforçar a inclusão digital, mas também contribuir para a resiliência, recuperação e empoderamento das jovens locais, criando novas perspectivas para o seu futuro.
Promovida pela ONU Mulheres, Comissão da União Africana e União Internacional das Telecomunicações, com financiamento do Governo da Bélgica, a AGCCI conta, em Moçambique, com a colaboração dos Ministérios das Comunicações e Transformação Digital, da Educação e Cultura e do Trabalho, Género e Acção Social, bem como com o apoio da Universidade Católica de Moçambique – Extensão de Pemba, que acolhe o acampamento.
Este primeiro acampamento da Fase III contará com a participação de 50 raparigas da província de Cabo Delgado, selecionadas com base em critérios de inclusão, dando prioridade a jovens com deficiência, órfãs, de famílias de baixa renda ou que sejam chefes de família. O segundo terá lugar na província de Tete, com mais 50 participantes, seguindo os mesmos critérios. O objectivo final é formar 100 raparigas e criar dois centros de aprendizagem em regiões estratégicas do país, reforçando a literacia digital e promovendo a igualdade de género nas TIC.
Esta edição dá continuidade ao sucesso alcançado na primeira implementação da iniciativa em Moçambique, realizada em 2024, na cidade de Maputo, onde 70 raparigas das províncias de Maputo, Gaza e Inhambane foram formadas em literacia digital, codificação e empreendedorismo, com impacto positivo nas suas trajectórias académicas e profissionais.
A AGCCI responde ao apelo da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) e aos compromissos nacionais expressos no Plano Estratégico do Sector da Educação 2022–2029 e na Política de Género de Moçambique, promovendo o acesso equitativo das raparigas à educação e às oportunidades nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM).
Esta iniciativa também se alinha com a visão da Plataforma de Acção de Beijing, que este ano celebra o seu 30.º aniversário e continua a ser um marco na promoção dos direitos das mulheres e raparigas. A AGCCI contribui directamente para uma das seis áreas prioritárias definidas no âmbito desta celebração: “Para todas as mulheres e raparigas: Revolução digital”. Esta prioridade visa garantir que mulheres e raparigas beneficiem plenamente da revolução digital, promovendo a igualdade no acesso à tecnologia, serviços financeiros, mercados e redes — elementos essenciais para que adquiram novas competências, explorem oportunidades e transformem as suas vidas e comunidades.
Com esta nova edição em Pemba, a ONU Mulheres e seus parceiros reforçam o seu compromisso com o empoderamento das jovens moçambicanas e com a construção de um futuro digital mais justo, inclusivo e sustentável. (Comunicado)