Por: Malito João
Nampula (IKWELI) – A retoma da cobrança do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) no açúcar, na ordem dos 16,75%, está a deixar desesperada a classe empresarial na província de Nampula, pois alguns fornecedores têm as encomendas a serem canceladas.
A título ilustrativo, a empresa LIFEPACK, LDA tem no seu pá tio, pelo menos, 15 camiões com açúcar já empacotada que devia seguir aos seus clientes, mas que com o fim, a 31 de dezembro, do decreto que isenta o IVA do açúcar, óleo e sabão, houve manifes to de incapacidade par a comprado produto.
Shakeel Ahmad, director geral da LIFEPACK, LDA, conta que o fim da isenção do IVA nestes produtos ditou o aumento e/ou ajuste dos preços no mercado, situação que se torna mais onerosa para as famílias.
“O açúcar já tem por lei o IVA apli cado, mas houve um decreto que isentava o IVA no açúcar, óleo e sabão, que são produtos da pri meira necessidade, mas o decreto findou no dia 31 de dezembro, o que automaticamente fez com que a lei do IVA fosse aplicada de novo, mas acabou agravando o preço do açúcar”, explica o empresário cuja firma fornece açúcar nas províncias de Nampula, Niassa, Zambézia e Cabo Delgado.
Shakeel ilustra não ser normal que em janeiro o seu armazém de trânsito ainda tenha muitos produtos, pois “nós sempre no primeiro mês de janeiro temos tido a reposição do estoque nos mercados, mas do memento, como podem ver o estoque está aqui parado, está tudo neste momento estagnado devido a este agravamento do preço do IVA”.
Esta fonte lamenta, também, que o mesmo esteja a acontecer com o óleo e o sabão.
Luís Vasconcelos, vice-presidente do Conselho Empresarial Provincial (CEP) de Nampula, diz que o empresariado está prejudicado com a decisão do governo central sobre a inclusão da taxa do IVA nos produtos da primeira necessidade, de modo particular o açúcar.
“Nós neste preciso momento estamos preocupados, fomos abordados sobre essas situações com nossos membros associados, e saímos para vivenciar de perto se, de facto, era uma realidade o que está a acontecer”, disse esta fonte, reconhecendo que “na verdade o açúcar subiu, óleo e sabão subiu e estes produtos deixaram de serem utilizados, preocupa-nos bastante porque produtos da primeira necessidade e nas famílias macua ele usa o chá, mesmo á gua com açúcar para a sua alimentação e hoje não está a se vivenciar isso, e a prova disso estamos numa fabrica onde os camiões estão parados e começa a nos preocupar cada vez mais que afinal de conta não é só o industrial que está a passar mal com essa realidade, mas é um leque na cadeia de valor que vai passando por esta necessidade”.
É recomendação do CEP de Nampula que as autoridades governamentais tomem conta da situação, de modo que não se sacrifiquem as famílias, assim como os em- presários.