Por CF
Presos fugiram esta quarta-feira da Cadeia de Máxima Segurança na Província de Maputo. Segundo o
Comandante- Geral da Polícia, Bernardino Rafael, foram cerca de 1600 presos que fugiram da referida
cadeia, numa operação que, segundo ele, terá sido organizada por manifestantes que apartir do exterior
criaram um ambiente propício para que o evento sucedesse. Segundo Bernadino Rafael, cerca de 150
reclusos já foram recapturados. Rafael disse que entre os fugitivos estão 29 condenados por terrorismo.
O comandante- geral da Polícia disse também que foram reportados 33 mortos e 15 feridos no
confronto entre a guarda prisional e os fugitivos. No entanto, circulam informações dando conta de que
a ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Helena Kida, terá dito que a evasão dos
reclusos foi fruto de uma rebelião interna. Os dois dirigentes não estão alinhados na informação sobre a
fuga. Aliás, o Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos é que tem a tutela das cadeias
em Moçambique. E para o efeito tem uma força própria que faz a segurança das mesmas. Pelo que é de
estranhar que o comandante- geral da Polícia se tenha pronunciado sobre o sucedido.
O Secretário Permanente do Ministério da Justiça, Constitucionais e Religiosos, Justino Tonela, disse a
Agência Lusa: “ confirmamos a evasão mas equipas estão no terreno para aferir com exactidão o
número específico e outros detalhes”. Nas redes sociais circulam vídeos dos fugitivos circulando em
bairros próximos da referida cadeia. Como também há vídeos que retratam acções da Polícia e militares
recapturando presos fugitivos. Contudo, esta fuga em massa de presos de uma cadeia tem estado a
motivar debates nas redes sociais. Uma das questões que se levanta é como foi possível uma fuga com
as referidas proporções e, o quê foi feito para travar a mesma. Quem conhece a referida cadeia defende que não é um lugar do qual seja fácil fugir.
Os próximos dias poderão trazer mais detalhes sobre como a fuga aconteceu. Estranhamente, circulam nas redes sociais vídeos de reclusos fugitivos a vangloriarem- se da sua acção. Nos referidos vídeos, os reclusos fugitivos não têm receio de mostrar as caras. A fuga de presos da Cadeia Central pode indiciar que o cenário de caos que se vive na Cidade e Província de Maputo pode agravar-se. Aliás, o próprio comandante-geral da Polícia alertou que os níveis de criminalidade vão subir.
Na cidade e Província de Maputo estão a ferro e fogo desde que o Conselho Constitucional validou e proclamou os resultados que dão vitória ao partido Frelimo e ao seu candidato presidencial Daniel Chapo. Na Província de Maputo, particularmente no Município da Matola, diversos complexos comercias foram saqueados e vandalizados. Aliás, em alguns locais deste munícipio já não restam estabelecimentos comerciais operacionais.
Em alguns casos, elementos da Polícia ajudaram a população a organizar os saques. O ministro do Interior, Pascoal Ronda, disse que os elementos da Polícia envolvidos em saques serão responsabilizados. A libertaçaõ de reclusos das cadeias tem sido uma prática desde que as manifestações começaram. Vários presos já foram libertados de vários estabelecimentos prisionais. Em certos casos fiorma mesmo os manifestantes que libertaram os presos. No entanto, continua por se explicar o alcance edstas acções no âmbito das reivindicações eleitorais.
O caos tem sido o denominador comum desde que o Conselho Constitucional validou e proclamou os
resultados eleitorais. O número de mortos aumenta e o crescimento do número de feridos pressiona os
hospitais. A dificuldade de mobilidade impede que os hospitais recebam mantimentos e medicamentos.As barricadas nas ruas são um impedimento para todos. O saque e o vandalismo percorrem o país todo. Não se vislumbra uma saída e Moçambique está a cada dia que passa a se afundar num precipício do qual pode ser difícil sair. (Moz24h)