Por CF
Venâncio Mondlane o rosto da contestação popular aos resultados eleitorais e também, a governação
de quase 50 anos dos governos da Frelimo vai confirmando o seu regresso a Moçambique na próxima
quinta-feira. Mondlane tem estado no exílio de onde, com recurso as redes sociais, tem dirigido
manifestações “ pela verdade eleitoral”.
As manifestações que tiveram várias etapas e outras tantas fases. também foram oportunidade de contestação à governação que desde que Moçambique é independente é tarefa exclusiva do partido Frelimo. As manifestações foram reprimidas à tiro. Os mortos são quase trezentos. Muitas infraestruturas públicas e privadas destruídas. Uma Polícia verdadeiramente impreparada para lidar com manifestações. Ou melhor, preparada para lidar com manifestações de forma soviética.
Mas Venâncio Mondlane do exílio “ governou” Moçambique.Era ao ritmo das suas ordens dadas pelas
redes sociais que o país andava. Venâncio ordenava e o povo cumpria. É verdade que em algum
momento não foi fácil descortinar o rumo que Venâncio queria dar ao movimento de contestação.
Houve sinais de que Venâncio Mondlane acreditou que o movimento popular iria por si só derrubar o
regime.
A tentativa dos manifestantes de chegarem a Ponta Vermelha ou a Presidência é indicador
desse objectivo. Mas esse objectivo nunca esteve muito claro nas mensagens de Venâncio Mondlane.
Mas talvez isso hoje não importe discutir. Venâncio Mondlane está de regresso a Moçambique. Não são
conhecidas as circunstâncias em que Venâncio Mondlane decide regressar.
Haverá algum acordo com o actual governo ou com o já proclamado presidente de Moçambique, Daniel Chapo? Terá havido algum tipo de mediação internacional que abriu portas para o regresso de Venâncio Mondlane a Moçambique?
Nada se sabe. De Portugal chegam reacções ao seu anúncio de regresso. O ministro dos Negócios
Estrangeiros português, Paulo Rangel, apelou ao candidato presidencial moçambicano Venâncio
Mondlane para que seja um factor de estabilização e reconciliação nacional ao regressar ao país na
quinta-feira. Ainda em Portugal, o deputado da Iniciativa Liberal Rodrigo Saraiva apelou ao Governo
português para que faça pressão sobre o executivo de Maputo de forma a obter” garantias de
segurança” para o regresso de Venâncio Mondlane. Terá o regresso de Mondlane a Moçambique
passado por Portugal? Uma pergunta difícil de responder.
Mondlane queixa-se da inacçaõ da comunidade internacional perante o que acontece em Moçambique.
Afonso Dlhakama também queixava-se. Afinal, a política e os negócios têm boas relações. (Moz24h)