Por CF
O Governo moçambicano ainda não se pronunciou sobre o alegado massacre de civis pelas Forças
Armadas de Defesa de Moçambique na zona de Afungi em Cabo Delgado em 2021. A notícia do
massacre de pelo menos 150 civis volta a levantar questionamentos sobre a actuação das Forças
Armadas de Defesa de Moçambique em Cabo Delgado. Vezes sem conta, o Exército moçambicano tem
sido acusado de não estar a respeitar os direitos humanos em Cabo Delgado. A notícia sobre o massacre
que terá ocorrido em 2021 está a agitar corredores políticos e também da Sociedade Civil pelo mundo
fora. Contudo, as autoridades moçambicanas ainda não se pronunciaram sobre o assunto.
Tanto o Governo como as chefias militares moçambicanas, continuam em silêncio apesar do gravidade das
informações tornadas públicas pela plataforma “O Político” numa investigação de Alex Perry. Contudo,
reina grande expectativa sobre o que o governo moçambicano e as chefias militares vão dizer em
relação a mais uma evidência de violação de Direitos Humanos por parte das Forças Armadas de Defesa
de Moçambique. O facto de Moçambique estar em período eleitoral poderá ter influência na forma
como as autoridades moçambicanas vão gerir os danos políticos que a informação do massacre já está a
causar.
A Comissão Europeia já pediu as autoridades moçambicanas “ elementos de clarificação” sobre o
massacre de civis por militares em Afungi. Aliás, eurodeputados da Parlamento Europeu já
questionaram a Comissão Europeia para que esta obtenha mais informações sobre o que realmente se
passou em Afungi. A União Europeia, que tem uma missão militar em Moçambique liderada por
Portugal para formar as forças especiais que combatem o terrorismo, garante que vai sempre “bater-se
pelos direitos humanos em Cabo Delgado”.
Um grupo de Organizações Não- Governamentais internacionais apelou a uma investigação oficial
imediata sobre os relatos de atrocidades cometidas em Moçambique nas proximidades das instalações
da Total Energies em Moçambique. As ONGs, agrupadas na plataforma “StopMozGas” defende que
“esta informação não pode ser ignorada pelas instituições que apoiam asa actividades do gigante
francês dos combustíveis fósseis em Moçambique , incluindo os braços financeiros dos Estados Unidos,
Reino Unido, Holanda e Itália”. (CF)