Por Damião Cumbana
O Regime Colonial Português perpetrou Massacres mas não acabou o povo.
Veio a guerra que opôs a Renamo ao Governo liderado pela Frelimo, no decurso da qual foram perpetrados Massacres dos mais diversos modelos e requintes. O povo não acabou.
Agora, são os esquadrões de morte que, com rostos tapados mas com os rabos de fora, de forma selectiva, matam pessoas.
Sob palmas, cumplicidade e incentivos de alguns de nós, estão a matar muitas pessoas, selecionadas, deixando rastos dos propósitos que visam, vezes sem darem conta.
É doloroso mas o povo não vai acabar.
As matanças de pessoas nunca foram sinónimo de força. Em qualquer parte do mundo onde isso aconteça, são sinónimo de desespero e fragilidade.
Na semana finda, foi notícia que ex-presidente filipino, Rodrigo Duterte, que estava indiciado de Crimes contra a Humanidade pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) foi capturado e entregue àquela jurisdição penal Internacional, para ser julgado em Haia-Holanda.
Durante o seu mandato, Duterte matou muita gente a despeito de estar a fazer uma cruzada contra o tráfico e traficantes de droga, tudo feito no seu país, onde era o todo poderoso. Parecia uma guerra legítima, afinal, em todo o Mundo se combate sem tréguas o tráfico e os traficantes de droga.
As instituições de Justiça Internacional ficaram a assusti-lo, como se nada estivessem a ver entretanto, a justiça estava a movimentar-se por baixo da terra, em sua direcção, à moda da toupeira, até lhe alcançar.
De Presidente de um país poderoso, corre o risco de ir terminar os seus dias de vida, por baixo de grandes humilhações e atrás de grades, feito chimpanzé de um Zoo, para divertir os visitantes.
Os executores de pessoas selectivas na nossa República, podem não estar cientes da situação de perigosidade na qual colocam os nossos gestores politicos. Eles matam pessoas porque alguém lhes manda, feitos psicopatas; a troco de tão pouco, minam o presente mas, principalmente o futuro dos nossos actuais gestores políticos que, sem darem conta, poderão estar sob o olhar de esguelha do TPI.
O futuro destes poderá estar grandemente condicionado pois, enquanto um gestor político estadual estiver no poder ou nos centros de decisão sobre o que os donos do Capital Mundial lhes interessa, o mesmo se pode julgar um “bom rapaz” ou simplesmente intocável e acarinhado entretanto, assim que o Capital logra os seus objectivos é que o faz ver que ele não passava de um actor de circo, cuja actuação terminou e é vez de ir sentar no banco dos réus.
Assiste-se, presentemente, em Moçambique, dirigentes e pseudo-empresários que têm medo de ir curtir as suas riquezas em diversos paraísos pelo Mundo fora. Esses, voluntariamente, votaram-se à prisão domiciliária, têm medo de pôr os pés bem aqui ao lado, na RSA, sendo o exemplo do episódio de Manuel Chang o mais emblemático.
30 anos depois do genocídio do Ruanda, ainda temos muitos ruandeses a viverem como ratos, escondidos nos piores esgotos do Mundo.
Charles Taylor antigo Presidente da Libéria morreu como rato de esgoto e todos sabem porquê.
Slobodan Milosovic morreu numa cela, depois de ter sido um homem forte num certo país.
Como tal, as actuais matanças de pessoas em Moçambique, um dia poderão surpreender os respectivos responsáveis. São matanças que não passam despercebidas. Se os executores materiais podem ser desconhecidos, os responsáveis morais não o são. Um dia, se não for hoje, poderá ser amanhã e, se não for amanhã, quem viver, verá.
De uma coisa se deve ter certeza:
Não existe na Humanidade qualquer Império que tenha durado uma eternidade, sendo um erro clamoroso as pessoas agirem a pensar que a nossa sociedade viverá eternamente como está estruturada hoje.
Não é uma questão de querer ou deixar de querer mas, ao longo da História houve grandes Impérios e Civilizações que duraram séculos mas, no fim, desapareceram. Actualmente, os modelos de governação, não duram séculos.
Pode-se matar algumas pessoas ou muitas pessoas do povo mas nunca se poderá matar todo o povo. Esta é a maior certeza, tal como a morte de qualquer pessoa é uma certeza absoluta.
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