Por CF
A cerimónia de tomada de posse dos deputados da Assembleia da República que aconteceu esta
segunda-feira em Maputo, mostrou a possível existência de um conflito de alas dentro do partido
Podemos.Os sinais parecem ser claros.
Na concorrência para a Presidência da Assembleia da República, o Podemos apresentou dois
concorrente, algo que nunca tinha acontecido na história política moçambicana. A formação politica
liderada por Albino Forquilha, apresentou os nomes de Carlos Tembe e de Fernando Tome Jone. Estes
dois concorrreram com a candidata do partido Frelimo, Margarida Talapa, que foi a vencedora.
Carlos Tembe teve 32 votos e Fernando Jone teve 7 votos. Apesar de o partido já ter feito saber que este
cenário é uma prova de que na bancada parlamentar do Podemos reina um ambiente democrático,
analistas acreditam que é um sinal de fissuras dentro do partido que suportou a candidatura
presidencial de Venâncio Mondlane. Segundo os mesmos, o tempo vai se encarregar de mostrar a
gravidade ou não das fissuras dentro do partido.
A decisão tomada pela direção do partido Podemos de que os deputados deviam tomar posse, apesar
dos apelos de Venâncio Mondlane para que não fizessem, também não foi consensual na organização
de Albino Forquilha. Há informações indicando que 4 deputados decidiram não participar da cerimónia
de tomada de posse, para mostrar solidariedade com a ideia defendida por Venâncio Mondlane.
Na Assembleia da República alguns deputados foram fotografados com uma cartaz do partido e com
foto de Venâncio Mondlane. Mas porque não eram todos os deputados do Podemos que estiveram na
cerimónia de tomada de posse, alguns círculos de opinião fazem crer que há no Podemos uma ala que é
fiél a Venâncio Mondlane e outra que presta fidelidade a Albino Forquilha.
Aparentemente, há no Podemos quem acredite que o partido está a ser ingrato para com Venâncio Mondlane, sobretudo agora que já estão garantidos os lugares de deputados na Assembleia de República. Como também há um grupo que lembra que Venâncio Mondlane não é membro do Podemos e não pode dar ordens no partido.
CDD acusa Albino Forquilha de venda de justiça eleitoral
O Centro para Domocracia e Direitos Humanos,CDD, remeteu esta terça-feira uma denúncia contra Albino
Forquilha, presidente do Podemos, ao Gabinete Central de Combate à Corrupção, acusado-o de ter
recebido 219 milhões de Meticais para vender a luta Justiça Eleitoral. Segundo Adriano Nuvunga,
director executivo do CDD, há elementos que indicam que Forquilha terá recebido um suborno de
natureza política. Segundo Nuvunga, “ a corrupção de natureza política pune-se severamente”.
Esta denúncia do CDD pode desgastar ainda mais a imagem de Albino Forquilha que já é rotulado de
“traidor” por ter decidido que os deputados do Podemos deviam tomar posse. Dentro do
partido,Forquilha pode ter a sua liderança desafiada. (Moz24h)