Por Quinton Nicuete
Apesar da riqueza que caracteriza a província Cabo Delgado o cenário de vulnerabilidade agravado pela escassez de apoio humanitário às vítimas do ciclone Chido e dos constantes ataques terroristas deixa-a na incerteza.

Nesta terça-feira, 11 de Fevereiro, o Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) promoveu um encontro com parceiros internacionais com o objetivo de traçar estratégias emergenciais para apoiar as populações atingidas pelos recentes desastres. O ciclone Chido, que devastou diversos distritos, entre eles Mecúfi, Metuge, Chiúre, Ancuabe, Pemba, Namuno e Montepuez, deixou um rastro de destruição em dezembro do ano passado, agravando uma situação já delicada devido aos frequentes episódios de terrorismo na região.
Durante o encontro, o delegado do INGD em Cabo Delgado enfatizou a necessidade de uma ação conjunta e imediata. “É imperativo que todos os parceiros humanitários se unam para oferecer soluções concretas. A vulnerabilidade das vítimas não se limita aos impactos do ciclone, mas se estende à ausência de suporte para aquelas comunidades afetadas pelo terrorismo”, declarou o delegado, destacando a urgência de reabilitar e reconstruir as infraestruturas públicas e privadas atingidas pelos fenômenos.
Além de enfatizar a reconstrução dos danos materiais, o encontro também abordou a necessidade de um acompanhamento contínuo das famílias afetadas, visando não apenas a recuperação de suas habitações, mas também a restauração de suas vidas e da dignidade que lhes foi abalada pelos recentes acontecimentos. “Nosso compromisso é não deixar nenhuma vítima à margem. É preciso olhar para o ser humano em sua totalidade e oferecer o suporte necessário para que essas comunidades possam erguer-se novamente”, concluiu o representante do INGD.

Os parceiros internacionais presentes manifestaram firme compromisso em analisar e mobilizar os recursos necessários para atender a demanda urgente. A iniciativa surge em um contexto de crescente preocupação por parte do governo, que reconhece o desequilíbrio entre a riqueza natural da região e a carência de suporte básico para aqueles que sofrem os impactos dos desastres.
Enquanto as negociações prosseguem, a população de Cabo Delgado aguarda por soluções que transformem a incerteza em ações concretas. A expectativa é que a articulação entre os órgãos governamentais e os parceiros internacionais resulte em um plano de ação que não apenas reabilite as estruturas físicas, mas também restabeleça a esperança e a qualidade de vida dos cidadãos, reafirmando o compromisso com a proteção dos mais vulneráveis. (Moz24h)
