Economia

“Moçambique Precisa de Tornar Seguros Agrícolas Uma Prioridade Política”, Defende ISSM

A presidente do Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique (ISSM), Esther José, apelou esta quinta-feira (18), em Maputo, a que os seguros agrícolas e paramétricos passem a ocupar lugar de destaque na agenda política nacional, face ao impacto crescente das mudanças climáticastal como informou a Lusa.

“Em 2025 um novo risco sistémico se impõe: as mudanças climáticas. Para Moçambique este é um tema de extrema urgência e a necessidade de seguros paramétricos e agrícolas tende a deixar de ser um discurso académico para se tornar uma prioridade política”, afirmou, na abertura da 29.ª Conferência Anual da Associação de Supervisores de Seguros Lusófonos (ASEL).

O encontro, que decorre até terça-feira, reúne oito jurisdições da lusofonia e Macau, para debater regulação, tecnologia e novos riscos no sector segurador. Esther José sublinhou ainda que a digitalização e a inteligência artificial estão a redesenhar a gestão de riscos e de sinistros, criando a necessidade de novos produtos acessíveis e adaptados à realidade do consumidor.

A responsável destacou igualmente a importância do sector segurador no acompanhamento dos megaprojectos em curso no País, como os ligados ao gás natural, defendendo maior intervenção das seguradoras nacionais.

Esther José assumiu recentemente a presidência rotativa da ASEL, num mandato de um ano. Durante o evento, foi assinado um protocolo de cooperação entre o ISSM e a Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), que prevê formação conjunta de quadros, intercâmbio técnico e desenvolvimento de mecanismos de assistência mútua.

Segundo a dirigente, Moçambique e Angola enfrentam desafios comuns de ampliar a penetração dos seguros e pensões, devendo o reforço da cooperação contribuir para aumentar a participação local na gestão de riscos de grandes projectos, promovendo também inclusão social e resiliência económica.

O apelo do ISSM surge poucos dias depois de o Governo ter aprovado a Estratégia Nacional de Financiamento Climático 2025-34, que prevê investimentos de 2,3 biliões de meticais (37,2 mil milhões de dólares) até 2030 para reforçar a resiliência climática do capital humano, físico e natural do País.

A estratégia, segundo o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, vai exigir a mobilização de recursos internos e externos, bem como o fortalecimento de instituições públicas e privadas para criar mecanismos eficazes de financiamento sustentável.

A convergência destes dois movimentos — por um lado, a urgência política na implementação de seguros agrícolas e paramétricos, e, por outro, o lançamento da estratégia nacional de financiamento climático — reforça a centralidade das alterações climáticas no debate económico de Moçambique e o papel do sector segurador como instrumento essencial de mitigação e adaptação. (DE)

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