Moçambique participa, a partir desta quinta-feira, em Paris, capital da França, na cimeira sobre um novo pacto financeiro com os países mais afectados pelos efeitos das mudanças climáticas
O encontro vai juntar 40 a 50 chefes de Estado e contara com a participação de cerca de uma centena de delegações de diferentes países e empresas multinacionais durante os dois dias de encontro que começa esta quinta –feira e com o termino agendado para sexta- feira onde o Presidente francês, Emmanuel Macron, espera chegar a acordo para um novo estímulo financeiro mundial segundo imprensa local.
A “ ideia [da Cimeira] é perceber como cooperar em conjunto para dar um estímulo financeiro à economia mundial”. “Ninguém deve ter de escolher entre lutar contra a pobreza e lutar contra o aquecimento global” disse a fonte do Eliseu num encontro com jornalistas.
Assim a França tem como pretensão a promoção de uma reforma dos bancos de desenvolvimento multilaterais, assim como criar uma rede de estruturas regionais e nacionais para apoiar o desenvolvimento sustentável.
O tema do financiamento ao desenvolvimento interessa particularmente a África, com esta cimeira a contar com a presença de cerca de 20 chefes de Estado do continente, incluindo o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, mas também o Presidente do Senegal, Macky Sall e o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
Nesta cimeira convocada pelo Presidente Francês, Emmanuel Macron e antecede a cimeira global da COP sobre o clima, a ter lugar no final deste ano, em Dubai, Emirados Árabes Unidos, a delegação moçambicana é chefiada pelo primeiro-ministro, Adriano Maleane, em representação do Presidente da República, Filipe Nyusi.
Com o lema: Construindo juntos um sistema financeiro internacional mais reactivo, mais justo e mais solidário, a cimeira de Paris espera encontrar soluções para a redução da emissão global do dióxido de carbono, mas também, em como financiar os países que menos poluem, mas que mais sofrem os efeitos de carbono.
Moçambique é um dos países severamente afectados pelas mudanças climáticas, sendo os últimos acontecimentos, marcados pela passagem dos ciclones IDAI, ANA, Gombe e Freddy, que deixaram um rasto de destruição em algumas províncias do país.
Esta é mais uma, entre as cimeiras organizadas por Paris, em busca de soluções para conter as acções das mudanças climáticas.
Em 2015, na cimeira de Paris, os governos do mundo acordaram em manter o aumento da temperatura média mundial abaixo dos 2 graus centígrados em relação aos níveis pré-industriais e em envidar esforços para limitar o aumento a 1,5 graus centígrados.
Para o Presidente francês, as dificuldades dos últimos anos na cooperação internacional, causadas pela Covid-19 ou conflitos como a invasão da Ucrânia pela Rússia, levaram à “fragmentação da conversa” entre os diferentes atores políticos e devem agora ser ultrapassadas já que há objetivos comuns, especialmente ligados ao combate contra o aquecimento global. (RM/Moz24h)