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“Estamos otimistas quanto aos resultados da prospeção da área concessionada”, afirmou Carlos Zacarias, após a assinatura do contrato de concessão para pesquisa e produção de petróleo na bacia sedimentar de Angoche, norte de Moçambique, entre o Ministério dos Recursos Minerais e Energia, a Eni e a ENH.
O resultado de estudos preliminares realizados na bacia sedimentar de Angoche até agora alcançados criam expectativas em relação às operações que o consórcio vai executar, justificou o governante
Carlos Zacarias avançou que a aferição das quantidades comerciais dos recursos existentes dependerá da qualidade das pesquisas complementares dos concessionários, na Área A6-C, na bacia sedimentar de Angoche, província de Nampula.
Carlos Zacarias apelou ao uso de tecnologias com o mínimo possível de impacto no meio ambiente, para permitir que as operações petrolíferas coexistam com outras atividades económicas, de forma sustentável, como pesca e turismo, e ao cumprimento das leis.
“Recomendamos que cumpram com o programa de trabalho estabelecido nos contratos de concessão, obedecendo sempre a legislação petrolífera e conexa em vigor, particularmente a legislação ambiental”, declarou.
Zacarias assinalou que as operações petrolíferas que ali serão realizadas pela Eni e ENH vão criar postos de trabalho, projetos sociais para as comunidades da área afetada pela concessão, oportunidades de negócios e gerar receitas para o Estado.
A diretora da Eni em Moçambique, Marica Calabrese, considerou a realização de operações de pesquisa na área agora adjudicada como um marco importante na presença da multinacional italiana no país africano.
“A Eni acredita muito neste país, este vai ser o princípio de um outro sucesso”, afirmou Calabrese, lembrando que a petrolífera italiana começou as operações em Moçambique em 2006, na pesquisa de gás natural na Área 4 da Bacia do Rovuma, norte do país, e depois com o início do primeiro projeto de produção naquela região, o Coral Sul.
“Depois do sucesso do Coral Sul, estamos prontos a lançar o Coral Norte”, também na Bacia do Rovuma, adiantou.
Os contratos de concessão de pesquisa hoje assinados são o resultado do sexto concurso de concessão de áreas de pesquisa e produção de hidrocarbonetos, lançado em 2021.
Na quarta-feira, o Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique disse em comunicado que o consórcio Rovuma LNG, liderado pela petrolífera norte-americana ExxonMobil, iniciou a fase de engenharia de base na Área 4 da Bacia do Rovuma, para explorar gás natural.
“Esta fase, que deve durar aproximadamente 16 meses, representa a última etapa antes da tomada da decisão final de investimento”, indicou no comunicado.
Moçambique tem as terceiras maiores reservas de gás natural em África.
O país conta atualmente com três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.
Dois desses projetos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica, para o exportar por via marítima em estado líquido.
Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.
O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4, em terra), tendo a petrolífera italiana um outro ‘offshore’ já praticamente em plena produção.