COMUNICADO Tomamos conhecimento do discurso, em anexo, proferido em 30.09.24 pelo nosso Exmo e respeitado Sr. Presidente do Município da Cidade de Moatize, onde claramente envia, à nossa luta, alguns recados nada abonatórios.
No seu discurso, o Presidente do Município nos acusa de tencionarmos prejudicar a empresa VULCAN MOZAMBIQUE S.A e o desenvolvimento dos jovens e nos insta a parar.
Queríamos tranquilizar toda juventude visada no discurso em causa, assegurando que não constitui nossa intenção promover acções que barrem o seu desenvolvimento individual e colectivo, até porque se tal fosse verdade seria uma luta contra o nosso próprio desenvolvimento considerando o simples facto de que a massa que compõe a comissão de moradores é simplesmente jovem.
Contrariamente a mensagem que se pretendeu passar no discurso em causa, é sim nossa luta ver a concretização dos valores que edificam o desenvolvimento de todos nós enraizados na nossa cultura local, por isso lutamos por um ambiente saudável e por uma exploração sustentável dos recursos naturais.
Não é do interesse da comunidade o prejuízo da VULCAN , tal como não deveria ser do interesse desta o prejuízo daquela.
Entendemos que, a VULCAN é uma concessionária com obrigações legais e precisas para com a comunidade e que devem ser cumpridas, patrocínios em actividades recreativas não pagam a saúde e a vida de ninguém. A VULCAN e o Município devem apenas conformar-se com a lei e não hostilizar a luta de quem pede, no mínimo, um ambiente saudável que é um direito de todos.
Outrossim, nos apercebemos que a reivindicação dos moradores, em outro discurso proferido pela mesma entidade em 25.09.24, rendeu aos seus promotores a adjectivação de “assimilados” que querem tirar proveito do empreendimento VULCAN.
A ser verdade, lamentamos profundamente tal atitude vil e discriminatória. Com a independência de Moçambique os moçambicanos passaram a ser iguais perante a lei, sendo que, é preocupante quando quem deveria proferir discursos aglutinadores e de união entre moçambicanos, promove ódio e discriminação baseados numa falsa existência de classes ou castas entre a comunidade.
Queremos por isso, igualmente desqualificar todos os adjectivos injuriosos e difamatórios atribuídos à quem sente que pode dar o seu contributo na melhoria da gestão do desenvolvimento local.
Mais se acresce, que a nossa liderança deve adoptar um sentido de pertença para com a comunidade e não para as corporações cujos objectivos se fazem estritamente comerciais.
Por isso, se tal sentido de pertença existir, estamos dispostos a caminhar de mãos dadas com os nossos representes autárquicos, dando o nosso inestimável apoio em tudo quanto for necessário e do nosso pleno alcance para o bem comum. (Comissão dos moradores)