Por Raimundo Daniel
As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) negaram esta quinta-feira, em Pemba, alegações de supostas violações de direitos humanos e de maus-tratos à população do distrito de Mocímboa da Praia, no âmbito das operações de combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado, norte do país.
Alguns artigos e relatos públicos têm mencionado preocupações relacionadas ao comportamento das forças no terreno, sugerindo a ocorrência de abusos. Em períodos anteriores, organizações internacionais e meios de comunicação chegaram a apontar situações que motivaram a abertura de processos de averiguação pela Procuradoria-Geral da República, especialmente nas áreas de Palma e Mocímboa da Praia.
No entanto, o capitão-de-fragata Lote Benedito Tomás refutou estas informações, assegurando que não correspondem à verdade. Sublinhou que as operações em curso têm como prioridade a proteção da população civil e a reposição da ordem e tranquilidade nas zonas afectadas pela violência armada.
“Esta informação não pode constituir verdade justamente porque nós estamos aqui para garantir a proteção dos moçambicanos. Como princípio básico, as Forças Armadas têm a missão de assegurar a segurança do povo, e é isso que estamos a fazer”, afirmou o capitão-de-fragata.
O posicionamento foi tornado público durante as celebrações do Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, ocasião em que o oficial reiterou que as operações continuam a ser realizadas com o objectivo de devolver estabilidade ao norte do país.
“As ameaças são várias, mas estamos prontos para proteger a população e trazer tranquilidade à província de Cabo Delgado e à região norte de forma geral”, reforçou.
Nos últimos anos, as FADM têm contado também com o apoio de forças internacionais, em particular militares do Ruanda que ajudaram a recuperar áreas estratégicas como Mocímboa da Praia e Palma, antes ocupadas por insurgentes. Apesar da redução de intensidade dos ataques, a insegurança ainda afecta comunidades locais e continua a provocar deslocamentos.
Os dados mais recentes apontam para a ocorrência de ataques protagonizados por grupos armados em Mocímboa da Praia e distritos vizinhos, que resultaram em perdas humanas e no deslocamento de famílias para zonas consideradas mais seguras. Entre o final de agosto e o início de setembro, mais de 2.900 pessoas abandonaram as suas casas, fixando-se maioritariamente em Mueda, onde já se encontram cerca de 325 famílias deslocadas provenientes de Mocímboa da Praia.(Moz24h)