Há cerca de três anos, Dick Manhiça, um agente do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) na Província de Maputo,participou em diversas operações relacionadas com o combate ao tráfico à criminalidade organizada no país.
Nas suas incursões desmantelou fábricas clandestinas de drogas operadas por cartéis estrangeiros, efectuou prisões de criminosos inter- nacionais, incluindo traficantes de origem mexicana, e participou do resgate de empresários que foram vítimas de sequestro. No entanto, em vez de reconhecimento, a liderança do SERNIC iniciou represálias directas, transformando a dedicação do Manhiça, num pesadelo de assédio, ameaças e de- tenções arbitrárias.
Tudo começa quando, durante uma operação em Namaacha, Manhiça, liderou o desmantelamento de uma fábrica de drogas. Após executar a missão com êxito, superiores hierárquicos instruíram-no a manter o caso “em sigilo” e a não submeter o processo ao Ministério Público. Ao questionar a ordem, Manhiça foi rapidamente rotulado como uma ameaça, acusado de prejudicar “os interesses do sistema”.