As críticas ao programa SUSTENTA, bandeira de governação do Executivo de Filipe Nyusi, mas que se revelou um verdadeiro embuste, estão a ser recebidas com ameaças de vários tipos e até tentativas de assassinato, perante o silêncio do Estado.
Na última semana, o comentador televisivo Edson Masingue denunciou uma tentativa de homicídio após participar num debate na “TV Sucesso”, onde abordou irregularidades no programa.
“Falámos de vários assuntos e um dos temas candentes era o SUSTENTA. O debate valeu-me uma tentativa [de assassinato]. Isso ocorreu próximo ao Ministério do Interior. Quero apenas dizer ao dono do SUSTENTA, Celso Correia, que não tenho medo da morte”, denunciou Masingue num dos programas em que participa como comentador.
Dias antes, circulou nas redes sociais uma mensagem com ameaças claras de retaliação contra figuras do Governo, Parlamento e do partido no poder. “Vou arrastar muita gente. Desde o Governo ao Parlamento e até ao Partido haverá um verdadeiro tsunami”, lê-se numa mensagem divulgada nas redes sociais, cuja autoria é atribuída ao antigo ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, o ideólogo do SUSTENTA. A mensagem foi recebida como uma ameaça directa às estruturas do Estado e soa como uma tentativa de intimidação para travar qualquer iniciativa de responsabilização pelos fracassos do programa.
Enquanto isso, o Estado permanece em silêncio, tanto no que diz respeito à investigação do colapso do SUSTENTA, como face às ameaças contra os seus críticos e tentativas de condicionar instituições que deveriam investigar e responsabilizar os envolvidos.
