Tal como se previa, o Conselho Constitucional (CC) acaba de chancelar os resultados eleitorais fraudulentos que recebeu da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e que dão vitória ao partido Frelimo e ao seu candidato presidencial Daniel Chapo.
Resultados com alterações ilegais que não fazem justiça ao povo
Os resultados proclamados, há instantes, pela presidente do CC, Lúcia Ribeiro, são ligeiramente diferentes daqueles que foram anunciados pela CNE em 24 de Outubro, o que significa que o CC voltou, à semelhança do que fez nas Eleições Autárquicas de 2023, a alterar os números, apesar de não ter mandato para o fazer. As referidas alterações consistiram, essencialmente, na retirada de votos de Daniel Chapo e da Frelimo para a oposição, facto que permitiu que o partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) tivessem mais mandatos em relação aos que tinham de acordo com os resultados da CNE.
Por exemplo, Daniel Chapo, que, segundo os resultados divulgados pela CNE, tinha vencido as eleições com 70,62%, baixou para 65,17%. A Frelimo, que tinha 195 assentos na Assembleia da República, terminou com 171. Mais uma vez o CC não explicou como fez estas alterações. Tal como aconteceu no ano passado, fica a ideia de que o CC fez mexidas nos números para procurar baixar os ânimos da sociedade que protesta contra os resultados eleitorais.
Os números antes e depois da proclamação dos resultados
Segundo os dados apresentados em 24 de Outubro pela CNE, Daniel Chapo estava em primeiro lugar com 70,62 % dos votos. Em segundo lugar estava Venâncio Mondlane, suportado pelo PODEMOS, com 20,32%; em terceiro lugar estava Ossufo Momade, com 5,1% dos votos.
Em último lugar estava Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com 3,2%. Para as Legislativas, à Frelimo foram atribuídos 195 mandatos; o PODEMOS teve 31 mandatos; a Renamo teve 20 mandatos e o MDM quatro mandatos. Os resultados da proclamação mantém as posições com algumas alterações que não fazem justiça ao povo. Nas presidenciais, Daniel Chapo foi proclamado vencedor com 66,17%, seguido de Venâncio Mondlane com 24,19 %. Ossufo Momade e Lutero Simango ficaram em terceiro e quarto lugares, com 6,62% e 4,02%, respectivamente. Para as legislativas, a Frelimo ficou com 171 assentos, seguido do PODEMOS com 43. Em terceiro lugar está a Renamo com 28 assentos e em último lugar o MDM com 8 assentos.
No que tange às eleições provinciais, a Frelimo foi proclamada vencedora, com maioria nas assembleias provinciais. Todos os candidatos a governador por aquele partido foram também proclamados vencedores. Neste momento, há protestos um pouco por todo o país, com o povo a rejeitar os resultados proclamados pelo CC.