Por Estacio Valoi
Em Moçambique enquanto as pressões jurídicas, políticas e económicas consideráveis vão sendo feitas contra os que se opõem a impunidade, as duras conquistas democráticas do país nas últimas três décadas estão sob pressão crescente e a tentativa do encolhimento do espaço cívico feita pelo governo do dia vai sendo uma constante.
Na sua mais recente visita a província de Nampula , a mais populosa do pais o Secretário – Geral do partido FRELIMO, Roque Silva, referenciou que as organizações da sociedade civil que operam no pais estão a desestabilizar o pais minando o desenvolvimento deste
Em Nampula, Roque Silva dirigindo-se aos militantes do Partido FRELIMO enfatizou que algumas organizações da sociedade civil moçambicana estão a fazer politica e não a seguir o objecto da sua criação acusando as associações de incentivarem as marchas que o pais vem assistindo,
“Nós precisamos continuar a acreditar ainda que este país vai crescer. Como quem o preside tem juízo, e a FRELIMO, este país vai crescer. Mas para que o país cresça, cada um tem que fazer a sua parte. Para que este país cresça, os jovens têm que compreender que o desenvolvimento exige trabalho, trabalho, exige o empenho de todos”,
“Para que ainda continuarmos com o sonho de um dia sermos um país livre da pobreza, não vamos conseguir isso convocando marchas todos os dias na estrada, convocando manifestações para atender. Não vamos conseguir alcançar o nível de desenvolvimento em tão pouco tempo com as organizações da sociedade civil que, algumas, ao invés de ensinar o povo a amar a Pátria, ao invés de ensinar o povo a ser trabalhador, ensina o povo a revoltar-se contra a sua própria pátria.” Disse Silva
Para Silva manifestações do povo perante um sistema politico, econômico, social falhado, desfasado da realidade são um acto antipatriótico assim como não são um acto de cidadania.
“Isso não é patriotismo, isso não é cidadania, isso nem é trabalhar para o crescimento da sociedade. Queremos sim, o que acontece com muitas outras organizações da sociedade civil, que estão empenhadas em ensinar a população sobre como se pode produzir mais e melhor. Queremos, sim, o que acontece com muitas organizações da sociedade civil em que ensinam as pessoas a valorizar ser cidadão moçambicano. Queremos sim organizações da sociedade civil que ensinam as pessoas a negar aquilo que está mal, mas dentro de um sentido de disciplina, dentro de um sentido de patriotismo, e dentro de um sentido de cidadania profundo.”
“Não queremos, não, que os jovens se deixam distrair para aqueles que sob capa de sociedade civil se transformam em autênticos partidos políticos, mas partidos políticos que visam perturbar o processo de desenvolvimento.” Enfatisou Silva
Graça Machel activista moçambicana disse durante uma palestra que o medo é a principal barreira para as liberdades em Moçambique e que é necessário despir-se deste e que os opressores, “esses sim é que devem ter medo do povo”.
Ainda no palco nampulense , no norte de Moçambique
“FRELIMO tem medo de debater ideias com a sociedade civil”
O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango rebatendo as afirmações do Secretario Geral do partido FRELIMO Roque Silva, o qual culpa a sociedade civil de estar a desestabilizar o pais, Simango contrariando o seu oponente politico, disse que “FRELIMO tem medo de debater ideias com a sociedade civil”
Perante tamanha alegação feita pelo secretario da FRELIMO , Simango diz que este posicionamento expõe a intolerância politica social, a arrogância, a negação, falta de respeito pelo espaço democrático que o governo do dia vai tentando afunilar assim como preterir as liberdades de pensamento. “A liberdade de pensar é muito importante para o país e na fase que nos encontramos, a FRELIMO tem medo de debater ideias e nós do MDM não temos medo, por isso que estamos abertos para colaborar com a sociedade civil e todos os moçambicanos para que em Moçambique haja uma boa Governação que só é possível com um diálogo permanente.” Disse Simango.