Moçambique registou um aumento significativo no serviço da dívida externa no terceiro trimestre de 2024, com os pagamentos líquidos a totalizarem mil milhões de dólares (63,5 mil milhões de meticais), o que representa uma subida de 26,3% face ao mesmo período de 2023. O Banco de Moçambique (BdM) divulgou os dados, revelando que os reembolsos da dívida externa aumentaram principalmente devido ao pagamento de capital e juros, tanto pela administração central como pelo sector privado.
De acordo com o relatório, a administração central foi responsável por uma parte substancial do aumento, com um crescimento de 43,3% nos pagamentos de dívida externa, totalizando 769,9 milhões de dólares (48,9 mil milhões de meticais).
Este aumento deve-se, em grande parte, à maior mobilização de recursos através de acordos bilaterais e multilaterais. A China, como principal credor bilateral, desempenhou um papel importante no aumento da dívida externa, com a administração central a destinar 213,3 milhões de dólares (13,5 mil milhões de meticais) para o pagamento das suas responsabilidades.
Em particular, o sector energético foi um dos principais beneficiários, com reembolsos de 101,3 milhões de dólares (6,4 mil milhões de meticais), seguido pelos sectores financeiro e de transportes, com 20,1 milhões de dólares (1,3 mil milhões de meticais) e 19,1 milhões de dólares (1,2 mil milhões de meticais), respectivamente.
O aumento no serviço da dívida externa reflecte um esforço contínuo de Moçambique para honrar as suas obrigações financeiras externas, apesar das dificuldades económicas. No entanto, o relatório também destaca a necessidade de um equilíbrio cuidadoso, pois o País enfrenta o desafio de garantir que os pagamentos da dívida não comprometam os investimentos essenciais em áreas como saúde, educação e infra-estruturas.
Em termos de novas contratações de empréstimos, Moçambique reduziu os desembolsos de dívida externa, com um total de 444,7 milhões de dólares (28,3 mil milhões de meticais) no terceiro trimestre de 2024, uma redução de 17,8% em comparação com o mesmo período de 2023. A maior parte desses recursos foi alocada para projectos de infra-estruturas e sectores estratégicos, como energia e transportes.
A situação da dívida externa de Moçambique continua a ser monitorizada de perto pelas autoridades fiscais, e o País enfrenta a necessidade de continuar a diversificar as suas fontes de financiamento e procurar um equilíbrio entre a dívida e o crescimento sustentável.(DE)