O “Plano Mattei” – nome da estratégia em homenagem a Enrico Mattei, fundador da Eni (o gigante estatal italiano da energia), que nos anos de 1950 defendeu uma relação de cooperação com os países africanos, que passava por ajudá-los a desenvolver os seus recursos naturais – “pode contar com 5,5 mil milhões de euros entre créditos, doações e garantias”, anunciou Meloni.
Este valor total soma “cerca de três mil milhões de euros do Fundo Italiano para o Clima e 2,5 mil milhões do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento”, detalhou a chefe do Governo de Itália.
Giorgia Meloni falava no âmbito da abertura da 3.ª edição da Conferência Ministerial Itália-África que reúne 22 chefes de Estado e de governos africanos, líderes da União Africana (UA), da União Europeia (UE) e das principais organizações multilaterais durante esta segunda-feira, no Palazzo Madama, sede do Senado italiano, em Roma.
Um grande centro de formação profissional para as energias renováveis em Marrocos, projectos de educação na Tunísia e de acessibilidade sanitária na Costa do Marfim são exemplos de “alguns dos projectos-piloto” do “Plano Mattei”, de acordo com Meloni.
“A partilha é um dos princípios fundamentais do ‘Plano Mattei’, e o trabalho desta cimeira será decisivo para enriquecer esse caminho”, explicou a chefe do Governo de extrema-direita, que mencionou ainda a existência de projectos na Argélia, Moçambique, Egipto, República do Congo, Etiópia e no Quénia.
A proposta de Itália é “tornar-se um centro natural para o abastecimento energético de toda a Europa”, um “objectivo que, segundo Meloni, pode ser alcançado se a energia for utilizada “como uma chave para o desenvolvimento de todos”.
“O interesse de Itália é ajudar as nações africanas interessadas em produzir energia suficiente para as suas necessidades e exportar o excedente para a Europa, combinando duas necessidades: a necessidade africana de explorar esta produção e gerar riqueza, e a necessidade europeia de garantir novas rotas de abastecimento energético”, esclareceu.
A finalidade do “Plano Mattei” é construir uma nova parceria entre a Itália e o continente africano que se estenda à UE, dando a Roma uma maior influência internacional, nomeadamente na zona do Mediterrâneo, permitindo-lhe um maior controlo da imigração. (Moz24h/NM)