Em Moçambique, desde a Primeira República, consolidou-se a prática de exibir a fotografia oficial do Presidente da República em todas as instituições públicas. Ao longo do tempo, essa prática passou a ser interpretada como uma estratégia de reafirmação da autoridade presidencial diante do funcionalismo público, além de servir para consolidar a imagem do Chefe de Estado
No entanto, a recente crise política e social que Moçambique tem enfrentado desde Outubro de 2024 oferece um ponto de inflexão para o país. Este momento crítico abre a oportunidade para uma reflexão profunda sobre os símbolos que realmente unificam a nação e que podem fortalecer o tecido social, ainda marcado por divisões históricas.
A exibição de uma imagem histórica que personifique esses valores poderia contribuir significativamente para o fortalecimento do sentimento de unidade nacional e para a inspiração das gerações futuras.
A questão que se coloca é: quem poderia ser essa figura para Moçambique? Poderia ser um líder histórico? Um herói da luta pela independência? Ou alguém cuja trajectória de vida tenha simbolizado os mais elevados princípios da nação? Trata-se de um debate que exige seriedade, participação pública e um processo deliberativo que vá além das questões políticas imediatas, reflectindo os valores perenes que sustentam a nação.
Moçambique precisa reflectir sobre qual figura histórica, possivelmente além do Presidente actual, poderia simbolizar a integridade, a unidade na diversidade, o combate à corrupção e a promoção da dignidade nacional.
A escolha dessa figura histórica deve ser uma expressão do consenso popular, reflectindo os ideais que transcendem a política partidária e que são essenciais para o fortalecimento da democracia e da unidade nacional.