A equipa composta por 15 jornalistas moçambicanos convidada pela Agencia Nacional de Estradas (ANE), uma entidade governamental, foi interpelada na tarde de sexta-feira (26), por forças de defesa e segurança acusada de ter atravessado barreiras militares sem autorização formal, ao longo da Estrada Nacional Número 380 (EN380).
A convite da (ANE) com destino ao distrito de Mueda para fazer uma cobertura sobre o estagio da construção da estrada, o dito corredor de Desenvolvimento de Mtwara, particularmente no troço ferroviário e rodoviário entre Meuda-Nembegule, os profissionais dos seguintes órgãos de informação: Rádio Zumbo FM, Radio Moçambique, TV Miramar, Jornal Notícias, TVM, STV, TVA, TV Sucesso, Instituto de Comunicação Social (ICS) e o jornal Pemba Oye.
Segundo jornalistas na equipa, o sol raiva, já quente na costa de Pemba a sul de cabo Delgado e os jornalistas já subiam a Norte por volta das 6h30 , assim começava o périplo, saída de Pemba a Macomia- Awasse, zona dos “ Al-shabab”, área onde sempre estiveram localizadas as maiores bases dos terroristas, como “ Síria um, dois, Quiterajo, dita zona do Teatro Operacional Norte (TON). Pela esquerda de Awasse, oposta ao distrito de Mocímboa da Praia ,iriam cruzar estrada ate Mueda.
Durante a passagem pelo distrito de Macomia, os jornalistas solicitaram uma breve entrevista com o administrador distrital, Tomás Badaie, a qual foi concedida. Os comunicadores aproveitaram também para pedir permissão informal para registar imagens nas imediações, o que, segundo os próprios, foi aceite.
Após deixarem a vila, foram abordados por um agente à paisana, cuja afiliação não foi esclarecida – levantando dúvidas se pertencia ao Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) ou à Unidade de Intervenção Rápida (UIR). O agente em questão não os impediu de seguir viagem, mas escassos minutos depois, os jornalistas autorizados pelo governo moçambicano, alguns ate forcados pelas suas redações a fazerem-se ao terreno onde ainda prevalece o lema “ mandar a lenha”, aludindo a morte, execução, ao chegarem à localidade de Mienguelewa, no limite entre Macomia e Muidumbe, a equipa que pensou estar legalizada, autorizada pelo governo , isto é a (ANE), com comunicação entre as áreas governamentais aparentemente feitas, logística organizada, eis que a equipa dos media é tomada de assalto, violentamente interpelada por um destacamento militar.
De acordo com relatos dos jornalistas, foram revistados, ate com direito a serem fotografados sem que lhes fossem apresentados motivos formais ou qualquer acusação, provavelmente para o álbum de recordações!
“ Tiraram-nos fotos, revistaram os carros e os nossos documentos. Ninguém explicou com clareza o que estava a acontecer. Foi uma situação humilhante e intimidatória”, contaram alguns jornalistas que fazem parte da equipa.
Posteriormente, os jornalistas foram escoltados de volta a Macomia e conduzidos ao Comando Distrital da Polícia, onde prestaram declarações ao comandante local. Provavelmente as autoridades tenham confundido os cabos de microfones com cabos de rastilho de dinamite, as camaras com uma RPG os microfones com pistolas de precisão! Facto ‘e que as autoridades justificaram a ação afirmando que os jornalistas haviam violado as cancelas, posto de controle militare por não apresentarem uma autorização oficial de circulação em zona classificada como sensível.
Apesar de não terem sido formalmente acusados nem detidos, o episódio está a gerar preocupação entre organizações da sociedade civil e defensores da liberdade de imprensa, que consideram o tratamento dado aos jornalistas desproporcional.
Cabo Delgado vive sob tensão desde o início da insurgência armada em 2017. Apesar dos avanços militares no terreno, várias áreas do norte da província continuam sob controlo rígido das forças de segurança, com circulação condicionada e sujeita a prévia autorização.
Facto curioso entre intimidação, riscos enfrentados pela equipa, que mesmo a convite da (ANE) agencia Nacional de Estrada -governamental, não foi suficiente. Aparentemente desgovernados, sem comunicação previa com o Ministério da Defesa Nacional, tutela dos militares, que alegadamente não tinha informação sobre a deslocação, presença da equipa de jornalista, demonstra mais uma desorganização, desconsideração pela classe. Assim, ao escambal, (Moz24h)
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