Começa hoje, quinta-feira, 31 de Outubro, a terceira fase das manifestações convocadas há duas semanas por Venâncio Mondlane, o candidato presidencial suportado pelo partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), contra a fraude eleitoral e contra o duplo homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe.
É a chamada fase das manifestações contra o “assassinato do povo moçambicano”, inspirado no ataque protagonizado no dia 25 de Outubro pela Polícia contra membros e simpatizantes do PODEM- OS, em Mecanhelas, Niassa, que culminou com a morte de uma pessoa e o ferimento de duas pessoas.
A fase compreende duas frentes: uma, de dimensão local, que consiste na realização de manifestações junto das Comissões Distritais de Eleições, Comissões Provinciais de Eleições e sedes do par- tido Frelimo em todo o país; outra, de dimensão nacional, em que o povo é convocado a marchar durante sete dias, contados a partir de hoje, do Rovuma ao Maputo para “tomada do poder” no dia 7 de Novembro. Maputo – o destino final da marcha, onde são esperados mais de quatro milhões de moçambicanos – acordou uma cidade fantasma. Não há internet móvel na capital, um fenómeno que se regista em quase todo o país, cujo objectivo é dificultar a comunicação e inviabilizar as manifestações.
Homens de todas as especialidades da Polícia e blindados estão desde a tarde de ontem espalhados por toda a cidade de Maputo. É o sistema a mostrar que está com medo do povo que se mostra disposto a lutar pelo respeito da sua vontade depositada nas urnas.https://cddmoz.org/wp-content/uploads/2020/07/Cidades-vazias-e-um-pais-sem-internet-movel-no-primeiro-dia-da-marcha-por-justica-eleitoral.pdf