Em comunicado, o Estado-Maior General das Forças Armadas refere que “na sequência das operações em curso de combate contra ações terroristas” que estão a realizar na província de Cabo Delgado, em conjunto com “forças amigas”, foi “abatido o terrorista Abu Kital”, que “ocupava a posição de vice-comandante das operações dos terroristas do grupo ASWJ, sendo ainda “adjunto de Ibin Omar, também conhecido por Abu Suraka”.
O grupo ASWJ atua com o apoio do Estado Islâmico na província de Cabo Delgado com o objetivo assumido de criar um Estado islâmico na região norte do país, onde atacou populações e forças de segurança, nomeadamente nos distritos de Mocímboa da Praia, Palma e Macomia.
“Na mesma operação foi posto fora de combate o terrorista Ali Mahando que, à semelhança do Abu Kital, ocupava importantes funções no seio do grupo terrorista”, lê-se ainda no comunicado.
Acrescenta que pelas 08:30 locais (07:30) de terça-feira, “nesse exercício contínuo de combate aos terroristas, uma Unidade Motorizada das FADM que se encontrava integrada numa coluna militar com destino à Quiterajo” acabou por cair “numa emboscada inimiga e capotou” numa “ponteca”, que se incendiou em seguida, mas “os ocupantes saíram ilesos”.
“As Forças Armadas de Defesa de Moçambique continuam perenes na segurança e defesa de Moçambique e dos moçambicanos, no entanto, neste momento decorem ações de recolha de mais informações de outras movimentações de outros integrantes que serão disponibilizadas oportunamente”, lê-se ainda.
A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.