Politica

Venâncio Mondlane rebate sobre o diálogo nacional inclusivo

Por Quinton Nicuete

O presidente do novo partido político ANAMOLA, Venâncio Mondlane, criticou recentemente a condução do diálogo político nacional. Em publicação na sua página oficial do Facebook esta sexta-feira, Mondlane afirmou que “diálogo político sem ANAMOLA é o mesmo que Milão fugir do PSG e ir jogar com o Clube Desportivo da Matola, convencendo-se de que fez o melhor jogo do século e o árbitro declarar que o jogo é válido para a Taça UEFA”.

O dirigente tem também dirigido críticas ao representante da União Europeia em Moçambique, questionando a forma como o processo de diálogo tem sido conduzido e defendendo a inclusão de todas as forças políticas para garantir que o debate seja verdadeiramente representativo.

Na semana passada, Venâncio Mondlane veio a público esclarecer a polémica gerada pelas suas declarações dirigidas ao embaixador da União Europeia em Moçambique. Em entrevista à Deutsche Welle, o político sublinhou que não existe qualquer desentendimento pessoal com o diplomata, mas sim uma divergência de natureza institucional.

Segundo Mondlane, a crítica tem origem na postura do embaixador face à crise política e social que o país atravessa. O dirigente acusou o representante europeu de “falta de imparcialidade” e de uma “bajulação patológica” dirigida ao Presidente da República, o que fragiliza, na sua opinião, o papel da União Europeia enquanto parceira credível no reforço da democracia moçambicana.

O líder do ANAMOLA considerou que o discurso do diplomata num evento oficial foi “o mais infeliz da sua vida”, por insinuar ataques pessoais e ignorar as dificuldades vividas pela oposição e pela sociedade civil. “O que disse não foi apenas contra mim, mas contra os jovens e cidadãos que diariamente expressam a sua indignação perante a falta de justiça e transparência”, afirmou.

Mondlane recordou ainda episódios recentes de detenções arbitrárias e tortura de membros do seu partido, situações que, segundo ele, foram posteriormente reconhecidas por decisões judiciais. Para o dirigente, o silêncio da representação europeia perante estes factos demonstra “um alinhamento preocupante com o poder executivo, em detrimento da defesa dos direitos humanos”.

Apesar das críticas severas, Mondlane sublinhou que mantém respeito pela União Europeia e pelos países que a integram. O político frisou que a sua contestação se dirige exclusivamente à conduta do atual embaixador em Moçambique, apelando à UE para que reforce a sua neutralidade e vocação de mediadora num contexto político que considera cada vez mais tenso e delicado para a democracia do país. Moz24h

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *