Depois de tomar posse em 15 de Janeiro de 2025 para o cargo de Presidente da República e com o Governo já constituído, Daniel Chapo continua em silêncio sobre a alegada fuga, em 25 de Dezembro de 2024, de um total de 1534 reclusos da Cadeia Central de Maputo e do Estabelecimento Penitenciário de Máxima Segurança, vulgo BO.
Foi a maior fuga prisional em termos numéricos da história do país, com impacto nos direitos humanos. Tendo em conta a dimensão do assunto, era expectável que o Governo estivesse a levar a cabo acções com vista ao esclarecimento.
Na altura, as autoridades confirmaram que, durante a resposta à alegada evasão, 34 reclusos foram atingidos mortalmente. Dias depois, foi reportada a recaptura de pouco mais de 322 reclusos. Entre os fugitivos estavam indivíduos condenados e detidos preventivamente por envolvimento em actividades ligadas ao terrorismo e extremismo violento em Cabo Delgado, sequestros e tráfico de drogas.
Por via de um trabalho de investigação, incluindo entrevistas a 39 informantes entre reclusos, guardas prisionais do Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP); agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), uma subunidade da Polícia da República de Moçambique (PRM), médicos e outro pessoal de saúde no Hospital Central de Maputo (HCM) e população vizinha das duas prisões, o Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) ficou a saber que o objectivo principal da operação de fuga foi facilitar a libertação de três grupos específicos de indivíduos: