Por CF
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, nomeado pelo Conselho Constitucional exonerou esta quinta-feira Bernardino Rafael das funções de comandante-geral da Polícia. Rafael era homem de confiança de do anterior Presidente da Repúbica, Filipe Nyusi, são da mesma etnia, e foi quem liderou a repressão violenta das manifestações de contestação aos resultados eleitorais.
Bernardino Rafael , disse por várias vezes que iria usar de todos os meios para impedir a alteração da ordem pública ,numa referência ás manifestações. E em consequência disso, a Polícia da República de Moçambique disparou a matar contras os manifestantes em várias ocasiões.
Bernardino Rafael disse esta quarta-feira em Maputo, que reconhece a morte de 96 pessoas no âmbito da crise pós-eleitoral mas não se referiu aos autores das mortes. Contudo, algumas organizações de sociedade civil acreditam que as mortes em resultado da crise pós-eleitoral ultrapassam as 400.
O grosso das mortes foi em resultado de baleamentos por parte de agentes da Polícia. Organizações da sociedade civil intentaram queixas criminais contra Bernardino Rafael e também contra o antigo ministro do Interior, Pascoal Ronda, na Procuradoria-Geral da República e no Tribunal Internacional de Haia pela forma sanguinária como dirigiram a repressão das manifestações de contestação aos resultados eleitorais.
Mas o protagonismo de Bernardino Rafael é antigo. Quando em 2017 começou a insurgência jihadista em Cabo Delgado, Rafael prometeu acabar com o fenómeno em poucas semanas. Mas tal não aconteceu e Bernardino Rafael nunca se redimiu da promessa não cumprida.
Um novo paradigma na Polícia?
O novo comandante-geral da Polícia é Joaquim Siwe que já foi comandante provincial em várias províncias. Foi o sacrificado depois de um acidente num campo de futebol em morreram várias pessoas num evento de campanha eleitoral de Filipe Nyusi, em Nampula.
Mas a questaõ é saber o que vai mudar na forma de actuação da Polícia moçambicana com a nomeação de um novo comandante-geral. Algo óbvio é que Daniel Chapo não quer ser associado a Bernardino Rafael, mas será que se podem esperar mudanças sérias na Polícia moçambicana. O tempo dirá. (Moz24h)