Por Estacio Valoi

No globo sul os sinos tocam a todas as ondas em quase todas as cadeias televisivas, rádios, redes social e de boca em boca sobre a passagem do ciclone Chido que vem a velocidade estonteante cruzando os mares de Madagáscar subindo com ondas gigantes rumo a cidade de pemba em cabo delgado. Os homens da temperatura e seus gráficos são forcados a por compassos, satélites adiantados que o ciclone. Na cidade de pemba algumas valas vão sendo limpas para dar passagem a água que vai como sempre destruir algumas casas caso ciclone se concretize , lixo que vai ser tragado pelo mar no retorno das suas ondas mar dentro. Todo o plástico possível. são 6h48 de sabado 14 Dezembro, um dia antes do dia anunciado da chegada do ciclone, sentado na praia do Wimbe, o vento frio que vem vindo anuncia o ciclone, os pescadores não se fazem ao mar, sentados vão arrumando, remendando suas redes.
E, pergunto-os se não vão ao mar ao que me respondem o ciclone vem aí. Da meia noite do dia 14 para 15 as rajas de vento assobiavam. Na praia do Wimbe na superfície do mar no fundo do oceano roncavam ondas numa tempestade estrondosa, ribombavam carregadas de toneladas de lixo cuspindo -o a toda forca sobre a praia. As arvores gritavam em silencio, do seu topo miravam cochichando estarem cansadas de tanto plástico e de para o mar iam com o vento assobiava furioso numa orquestra com salpicos de arreia, todos os sons, solo, baixo, contrabaixo de quase todos os instrumentos, a lua carregada de cúmulos ia numa regata a velocidade de cruzeiro.
A praia do Wimbe no Porto Amélia como era conhecida a cidade de Pemba até 1975. Capital da província de Cabo Delgado. A Baía de Pemba, a 3ª maior baía do mundo e a primeira na África em termos de profundidade, está localizada na Cidade de Pemba em Cabo Delgado no extremo norte de Moçambique, e é também uma das mais bem protegidas do litoral moçambicano , em linha recta, a baía dista a 1 666 km e 2 450 km através de rodovias a nordeste da capital do país, com uma grande diversidade de vida marinha escondida nos recifes de coral, de belas praias de aguas cintilantes , azuis, verde marinho e por vezes um azul escuro nos dias em que o mar decide respirar cuspindo toneladas de todo o tipo de lixo, algas mortas, plástico -garrafas, fraldas descartáveis, os famosos ‘ take aways” entre panos e outras tipos de lixo levados mar adentro pela agua vindo de todos os cantos de Pemba e arredores, Murebuewe, etc. As descartáveis e outros lixos por vezes tornam-se uma espécie de cimento ou entulho posto sobre crateras -estradas, picadas

No globo Norte no mês de Novembro ultimo girava-se em torno da linha da exploração das políticas e medidas climáticas, a implementação de planos climáticos nacionais e o apoio fornecido ou recebido que possam promover e ajudar uma ação climática sensível ao género depois do COP Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas Baku nos dias 11 a 12 Novembro ultimo em Baku -PAIS iam em discursos, declarações também países preparavam seus relatórios, Bienais de Transparência para apresentação até 31 de Dezembro de 2024 .
De declarações como a do Secretário Executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, da COP29, em resposta à Declaração dos Líderes do G20 no Rio de Janeiro apelava aos líderes das maiores economias do mundo também se comprometeram a impulsionar reformas financeiras para colocar uma acção climática forte ao alcance de todos os países. Este é um sinal essencial, num mundo atormentado por crises de dívida e por impactos climáticos crescentes, destruindo vidas, destruindo cadeias de abastecimento e alimentando a inflação em todas as economias. Os líderes reforçaram que a cooperação global é absolutamente essencial, e a COP29 deve mostrar como isso é feito, com um novo e ambicioso objectivo financeiro, como pilar central de um pacote equilibrado e urgência de todas as nações avançarem rapidamente em direção a um terreno comum, em todas as questões.
“Primeiro, porque serão a barricada final para cada nação na sua luta até à morte contra os impactos climáticos que se tornam mais brutais a cada ano. E sejamos claros: nenhuma nação está a vencer esta luta. Todas as economias estão a ser assediadas por desastres climáticos, que prejudicam até 5% do PIB em alguns países. E são as pessoas e as empresas que estão pagando o preço mais alto. Ontem foi o dia da agricultura e ouvimos novamente que a produção alimentar e as cadeias de abastecimento estão a ser atingidas pelos impactos climáticos, alimentando a inflação e a fome, em todos os países. Então, serei honesto – é sombrio. Na verdade, muitas vezes me perguntam o que me dá confiança de que podemos realizar este trabalho.”
Segundo as Nações Unidas são anualmente atirados para o mar oito milhões de toneladas de plástico, e, ate 2040 esses volumes poderão triplicar. Fora aos rios aquilo que não ‘e retido acaba parando nos oceanos com um impacto não apenas para os homens mas também para a vida marinha , as espécies não só morrem por serem sufocadas pelo plástico flutuante assim como acabam ingerindo o plástico confundi dindo como seu alimento mas assim como o plástico torna-se uma ratoeira na sua locomoção acabando por ficarem presas entre estes plásticos e mais ainda o plástico entra na cadeia alimentar e quem ingere produtos marinhos acaba ingerindo cerca de 11000 micropartidos
O recém-nascido geralmente usa cerca de 7 fraldas descartáveis por dia, ou seja, cerca de 200 fraldas por mês, que devem ser mudadas sempre que se encontram sujas com xixi ou cocô. utilização em grande quantidade de fraldas descartáveis nos primeiros anos de vida de um bebê e o seu impacto ambiental, Lixo no chão e a poluição do mar
Em Moçambique
“O maior insulto da humanidade são os descartáveis” Em Moçambique dados do Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas indicam que, por ano, 12.5 milhões de toneladas de resíduos, plásticos em particular, são …
A nova lei, recentemente promulgada pelo parlamento moçambicano, visa reduzir a utilização de sacos de plástico reciclados, sobretudo os que servem no manuseamento de alimentos devido ao seu alto nível de toxicidade e por suspeita de causar cancro. A medida aplicada serve também para reduzir o excesso de sacos de plástico que se pode encontrar nas lixeiras das cidades do país e assim reduzir o impacto ambiental.
Sacos de plástico reciclado são ainda mais tóxicos
Os plásticos são materiais compostos por resina sintética à base do petróleo, são insolúveis e quando reciclados tornam-se ainda mais tóxicos devido aos aditivos que se lhe juntam no processo da reciclagem. Ana Paula Cardoso, chefe do departamento de saúde ambiental do Ministério da Saúde moçambicano diz que “são sacos que já foram usados para outros fins que não temos a certeza quais são. Depois são usados para acondicionar alimentos e nós sabemos que os plásticos, dada a sua natureza, podem conter substâncias tóxicas.”
Lixo de plástico impede escoamento de sarjetas e causa inundações as vantagens ambientais são muito grandes pois os sacos de plástico impedem o livre escoamento da água causando, por exemplo, inundações,
Diz a ONU A cada ano, oito milhões de toneladas de plástico vão parar nas águas dos oceanos, levando 100 mil animais marinhos à morte, conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, a instituição afirma que, caso o ritmo de consumo continue o mesmo, em 2050 pode haver mais plástico do que peixes nos oceanos.
Como resultado, todas as espécies marinhas, desde plâncton e moluscos até aves, tartarugas e mamíferos, enfrentam riscos de envenenamento, distúrbios comportamentais, fome e asfixia. Corais, mangues e ervas marinhas também são sufocados por detritos plásticos que os impedem de receber oxigênio e luz.
Empresas que produzem o plástico, multinacionais e os países mais ricos
Moçambique ‘e parte desta equação vulneral a questões climáticas e outras, um pais consumidor de tudo ou quase tudo, menos proteção aos investimentos estrangeiros, produtos importados. À primeira vista parece ser menos preocupante, mas não, são toneladas de plástico que no fim do dia ais contribuem para as multinacionais e suas subcontratadas que mais lucram em detrimento dos países consumidores desses plastídios enquanto outros amealham bilhões de dólares.
As empresas que mais produzem o plástico, apenas estão mais preocupadas com o lucro e não necessariamente onde o referido plástico encontra seu porto final onde um Sistema de gestão de resíduos real ainda é uma miragem.
De acordo com o relatório Plástico Waste Makers Index (PWMI), organizado pela Minderoo Foundation, apenas 20 empresas fabricam metade dos plásticos descartáveis consumidos no mundo com destaque para a ExxonMobil, com sede nos Estados Unidos, é a maior produtora de polímeros para plásticos descartáveis (responsável por 6 MMT somente em 2021), seguida pela chinesa Sinopec (5,8 MMT), e por outra norte-americana, a Dow (5,3 MMT).
Ainda segundo os dados do PWMI, apesar de todos os esforços de conscientização, a produção e o consumo de plásticos de uso único cresceram no mundo todo entre 2019 e 2021. Os dados indicam que a população mundial consumiu 139 milhões de toneladas métricas de plásticos descartáveis em 2021. Em 2019, ano do primeiro levantamento capitaneado pela fundação, foram consumidas 133 milhões de toneladas métricas.
O Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. O país também é um dos menos recicla este tipo de lixo: apenas 1,2% é reciclado, ou seja, 145.043 toneladas. Os dados são do estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês). Dec 3, 2019 ultimo COP-29
O mais perigoso deles é o bisfenol A ou BPA, matéria-prima utilizada na fabricação do policarbonato, plástico resistente, que é muito utilizado na indústria. A substância é similar a um hormônio feminino, o estrogênio, e ao entrar em contato com o organismo, pode causar diversas disfunções.
O índice Plástico Waste Makers revelou que apenas vinte empresas são responsáveis por cerca de 55% do lixo plástico de uso único produzido pelo mundo. Plásticos de uso único, como garrafas e embalagens de comida, compõem a maior parte do que descartamos cotidianamente. Ainda de acordo com o estudo, aproximadamente 60% do financiamento comercial que banca a produção de plástico vem de vinte bancos espalhados pelo mundo. Cerca de 30 bilhões de dólares foram concedidos
Em Moçambique ambientalista Carlos Serra aposta na educação dos mais pequenos e diz que “A ideia é de que existe o fora. ‘O Mar tornou -se autenticamente um caixote de lixo universal e, “o resultado é que aquilo que não é retido acaba parando nos oceanos.”
Key Takeaways um estudo partilhado por Serra liustra o modelo que foi testado através de cinco estudos de caso nacionais, estima o valor e distribuição de danos externos – e benefícios externos quando relevante – causados por plásticos e seus materiais substitutos ao longo de seu respetivo ciclo de vida. O modelo avalia os custos externos de uma seleção de 10 produtos plásticos que são frequentemente encontrados no lixo marinho juntamente com um máximo de três produtos de substituição alternativos. O modelo pode avalie os efeitos de todos os 10 produtos plásticos ou concentre-se em uma seleção de produtos. nos cinco países seguintes, como Bangladesh, Caribe (com aplicação de dados de entrada de Santa Lúcia), Moçambique, Nigéria e Vietnam.
Resultados do Estudo de Caso de Moçambique. pág. 30
De acordo com o relatório, Moçambique tem uma variedade de indústrias de produção presentes nas fases do ciclo de vida de extração/produção de matéria-prima; gera resíduos plásticos no intervalo mais baixo em comparação com os valores padrão de um país de baixo rendimento: 9 kg/capita/ano em Moçambique em comparação com um intervalo de 9,5 – 19,0 kg/capita/ano como valores padrão; Moçambique tem uma elevada percentagem de energias renováveis (80%) no mix eléctrico local; Moçambique tem uma taxa de recolha de plásticos que se inclina para a gama mais baixa de plásticos coleta em países de baixa renda (30%);
Com relação aos resultados do modelo:
Os custos externos agregados dos 10 produtos plásticos do caso base são um pouco inferiores aos custos externos agregados dos materiais alternativos. Os custos externos totais das fraldas do produto base são mais elevados em comparação com as alternativas de base biológica em Moçambique. Os custos externos são quase inteiramente assumidos pelos efeitos das alterações climáticas para os três produtos comparados. Página 30
Plastics Life Cycle Valuation Country Case Studies Report 20210205.pdf
Produto plástico selecionado, por exemplo
- Redes de pesca 2. Garrafas de bebidas, 10. Fraldas
Materiais alternativos selecionados
1- Polipropileno (PP) (substituição de plásticos por plásticos) • Algodão • Cânhamo. 2- Latas metálicas (alumínio), 10- Fraldas reutilizáveis de pano de algodão
- Fraldas de pano reutilizáveis à base de celulose (bambu)
Gestão de resíduos sólidos e meio ambiente
Yopipila por si só significa verde ambiente, que é um centro de treinamento e inovação para jovens da província de Cabo Delgado, também em matérias ligadas a tecnologias verdes, ligados à parte de bio construção recolha de diferentes tipos de lixo, como, por exemplo, o plástico, garrafas plásticas, assim como o plástico HDPE e garrafas PETE, e plástico HDPE, sacos já usados, estojos de madeira descartada, garrafas de vidro utilizadas para a construção de edifícios, muros , vedação, assim como a garrafa PETE . Também usam o plástico HDPE -cadeiras plásticas.
“Com este tipo de plástico, estamos a abrir uma linha de produção, a ideia é produzirmos lajes para latrinas com base naquele plástico reciclado, a nível local, a nível de Pemba. a partir desse tipo de plástico. Já temos, neste momento, algumas maquinarias, como extrusora, alguma trituradora, e já estamos quase no final de importação de uma máquina na Índia, estamos quase no fecho da máquina, que é a prensa de chapa, para dar o molde. Identificamos algum parceiro, que é a Biomec. “
“Também com garrafas plásticas construímos casas sustentáveis, resilientes, e os nossos edifícios não usam ferro, mas são edifícios consistentes. A ideia é mostrar também a comunidade com base no material que nós temos a nível local.”
A Fundação é Hakuna Matata também tem feito algumas campanhas de limpeza na praia colhendo diferentes tipos de lixo. Para alem da fundação em pemba, existem outra associação como a AMEC, a Associação Amor, a AVSI na linhagem de materiais reciclados sendo que a única que de alguma forma faz reciclagem, gestão de resíduos sólidos ‘e o projeto Iopopila- Fundação Hakuna Matata. Além de realizar campanhas de limpeza, mobilizamos agentes econômicos para reciclar resíduos (garrafas de vidro e PET, pneus e plástico HDPE) direcioná-los ao hub Yopipila. Esse material é utilizado na construção de edifícios resilientes e sustentáveis. Por meio dessas iniciativas, já ajudamos algumas famílias deslocadas no bairro Mahate na construção de suas habitações, demonstrando também às comunidades que é possível construir casas modernas duradouras como as convencionais utilizando materiais reciclados. Nossos projetos contam com o apoio financeiro da União Europeia e da Embaixada da Irlanda.
Este artigo foi produzido com o apoio da bolsa de da GRID-Arendal
www.grida.no