• Inicio
  • Sobre Nós
  • Contacte-nos
  • Anúncios
  • Fórum
No Result
View All Result
Moz24h
  • Politica
  • Economia
  • Editorial
  • Cultura
  • Entrevista
  • Opiniao
  • Sociedade
  • Internacional
  • Desporto
MOZ24HORAS
  • Categorias
    • Economia
    • Desporto
    • Editorial
    • Politica
    • Internacional
    • Tecnologia
    • Sociedade
    • Entrevista
    • Cultura
  • Fórum
  • Anúncios
  • Contactos
  • Opinião
No Result
View All Result
No Result
View All Result
Home Opiniao

Pequenas notas sobre o Coronel que nunca se arrependeu do seu papel de algoz na historia

22 de março de 2023
in Opiniao
A A
0

Por Luis Nhachote

Quando eu morrer, porque esse dia nunca tarda aos comuns mortais que somos, aos que ficam, evitem e se demarquem da hipocrisia dos elegias de que não se falam mal dos mortos.

Sobretudo se as marcas do morto tenham marcas indeléveis de barbarie.

Esse dogma precisa ser desamarrado porque os mortos, antes de o serem e confirmados no consignado atestado de óbito, foram humanos que atravessaram a vida e escreveram as suas histórias nas páginas da vida.

O último morto de quem tenho estado a ler inúmeras hossanas é o coronel do Vale do Zambeze que pisou o solo terrestre por oito décadas, isto é, Sergio Viera a quem o Governo acaba de conceder um dia de luto nacional.

O primeiro ministro do governo de Filipe Nyusi que decretou o dia de hoje, como dia de luto, segundo ouvi na televisão, o descreveu de “Honesto, trabalhador e apaixonado pela patria”.

Carlos Agostinho do Rosário tem as suas razões de o afirmar, mas nos outros padecemos do problema de não sofrer de lapsos de memória. Aliás, o Secretário-Geral da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO), Carlos Rufino Paradona Roque, de livro em punho, tambem lamentou a perda do também poeta Sérgio Vieira. Os escritores estão de luto e creio que nesta altura uns tantos estão a devorar vorazmente o “TAMBÉM MEMÓRIA DO POVO”, para entenderem a sua poesia….

O coronel está morto e está a ser exaltado pelo seu percursso nacionalista, de vanguardista da causa nacional e um dos principais actores da construção do Estado Moçambicano. Isso tudo é verdade.

Os académicos também devem estar combalidos de tanta dor, afinal o coronel dirigiu o Centro de Estudos Africanos (CEA), onde assinava as suas pesquisas academicas com o pomposo titulo de coronel….

O Sérgio Vieira e as suas múltiplas facetas precisa de ser recordado como um dos maiores algozes da história recente de Moçambique. Segundo se pode depreender da biografia do Reverendo Uria Simango, foi o agora finado coronel quem escreveu a “confissão de arrependimento” lida em Nachingwea e anos mais tarde, enquanto governador do Niassa, todos os “reaccionários” foram extrajudicialmente executados.

Quando colunista dominical, num certo dia em 2007, na sua «Carta a muitos amigos», o coronel escreveu uma crónica com o título “Justiça e ignomínia” onde manifestava o seu total repúdio sobre a forma como foram conduzidos os processos que culminaram com a execução de Sadam Hussein, e outros seus acólitos.

E para manifestar o seu repúdio, o coronel escreveu e passamos a citar: “Mas, porque um Estado, como primeira obrigação em relação à pessoa humana, deve proteger a vida do cidadão, então existindo a pena de morte, o retirar o direito à vida, nunca pode surgir como palhaçada, uma vingança e necessita de se revestir de grande dignidade” (sic).

Quando o partido de que era membro sénior, o Coronel saiu de fresco das matas e cheirando ainda o pó das armas, embriagado pelos ensinamentos de Marx e Lenine, as práticas de eliminação de outros foram marca dominante. Isso está amplamente documentado.

Com uma diferença: Sadam Hussein pelo menos teve direito a um julgamento “fantoche” e os cá da casa não.

Na aurora da nossa perene democracia o coronel nao se fez de rogado e um dia, em plena Assembleia da Republica disse, a plenos pulmões e de viva voz para que todos os moçambicanos ficassem a saber, que uns moçambicanos mataram outros sem direito a julgamento porque eram “reaccionários” e “traidores da causa nacional”. “Matamos” disse ele

Um documento que viria a público muitos anos depois explica o papel do coronel e outros do pelotão da frente dos fuzilamentos:

“No espírito das tradições, usos e costumes da luta de libertação nacional, o Comité Político Permanente da Frelimo reuniu e condenou por fuzilamento os seguintes desertores e traidores do povo e da causa nacional, os quais já foram executados: Uria Simango; Lázaro Kavandame; Júlio Razão Nilia; Joana Simião e Paulo Gumane, em ordem a evitar possíveis reacções negativas, nacionais ou internacionais, que podem advir em consequência destes contra-revolucionários, a comissão política publica esta acta como decisão revolucionária do partido Frelimo e não como acta judicial”.

Na mesma nota de fuzilamento “no espírito das tradições, usos e costumes da luta de libertação nacional”, adiante, ficou-se a saber que:

“Foi decidido nomear um comité para compilar o dossier e preparar a comunicação pública”.

“O camarada Comandante-em-chefe decidiu que o comité fosse dirigido pelo camarada Sérgio Viera e adicionalmente terá os seguintes camaradas: Óscar Monteiro, José Júlio de Andrade, Matias Xavier e Jorge Costa”.

“O povo moçambicano não sofre de amnésia” escreveu ainda o coronel Vieira na sua crónica dominical. Nós tambem, felizmente, não padecemos de amnésia.

Pelo menos os “fantoches” do Iraque fizeram questão de tornar público onde se encontram as tumbas das suas vítimas.

Já o coronel com direito histórico de luto nacional nunca se dignou a dar uma mínima ideia acerca do local onde foram sepultados os famosos “reaccionários”. Nem para o sossego das famílias daqueles “malditos reaccionários”. Até os chineses devolvem os cadáveres às famílias das suas vítimas.

Noutro dia, erramos num caminho para ouvir um relato brutal de quem o coronel, nos seus tempos áureos de Ministro da Segurança, teve o desplante de queimar beatas dos cigarros no seu corpo. Alias o Migueis Lopes Junior, gritou até fixar rouco, chamando-o de “Serginho das Beatas”. Um punhado de relatos pugentes sobre a passagem do coronel, podem ser ouvidos por gentes que atravessaram os anos duros da Republica popular.

Deve ser por isso que o coronel escreveu o poema Cegos, onde diz a dado passo

Fomos como cegos,

Tropeçando nas pedras da ignorância, camaradas!

O que o coronel não escreveu, foi uma nota de arrependimento ou pedido de desculpas pelo seu papel no fuzilamento de outrora camaradas de trincheiras, cujo crime foi ousar pensar diferente. (Moz24h)

Tags: Moz24h
Share39SendTweet25Share7Scan
Previous Post

O Caso das Dívidas Ocultas e a Sucessão na FRELIMO

Next Post

Do caso “SOCIMO” ao caso “ProIndicus”: as revelações de Jacinto Veloso (Conclusão)

Related Posts

Josué Bila
Opiniao

(NÃO) SABER O QUE VALE: DO PAPA FRANCISCO AO FILÓSOFO MUDIMBE

30 de abril de 2025
231
UM COMPRMISSO DE DIÁLOGO A SER TRANSFORMADO EM LEI? Ó DANIEL!…
Opiniao

REPETIR UMA MENTIRA NÃO A TORNA VERDADE

8 de abril de 2025
343
Opiniao

A solução de matar pessoas

18 de março de 2025
213

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

I agree to the Terms & Conditions and Privacy Policy.

Trump confronta presidente da África do Sul com falsas alegações de genocídio

Trump confronta presidente da África do Sul com falsas alegações de genocídio

22 de maio de 2025
0
214

O presidente dos EUA, Donald Trump, confrontou o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, na Casa Branca, na quarta-feira, levantando algumas das...

Fazer Negócios em Moçambique: E Agora, Investir ou Desistir?

Fazer Negócios em Moçambique: E Agora, Investir ou Desistir?

22 de maio de 2025
0
195

Texto: Celso Chambisso • Fotografia: Istockphoto Abrir ou manter um negócio em Moçambique é um teste diário à resiliência. A burocracia engole tempo e...

Conferência Internacional dos 50 anos da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB)

Conferência Internacional dos 50 anos da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB)

22 de maio de 2025
0
212

O Presidente da República, Daniel Chapo, abriu ontem em Maputo, a Conferência Internacional dos 50 anos da Hidroeléctrica de Cahora...

Académicos alertam: centralização das decisões eleitorais e modelos ocidentais fragilizam democracia moçambicana

Académicos alertam: centralização das decisões eleitorais e modelos ocidentais fragilizam democracia moçambicana

22 de maio de 2025
0
222

A justiça eleitoral centralizada no Conselho Constitucional, em detrimento dos tribunais locais, e a importação acrítica de modelos democráticos ocidentais,...

Facebook

Categorias

  • Cultura
  • Desporto
  • Economia
  • Entrevista
  • Internacional
  • Investigação
  • Opiniao
  • Politica
  • Sem categoria
  • Sociedade
  • Tecnologia
MEDIALINE, LDA
Director :Estacio Valoi
Editores associados:Estacio Valoi e Luis Nhachote
Publicidade: Jordão José Cossa (84 53 63 773)
Cell: 844703860
Email: jordaocossa63@gmail.com, geral@moz24h.co.mz
NUIT: 400509905
Numero da entidade legal :100872250
Moz24horas Jornal Bilingue:
Endereço : MEDIALINE, LDA Rua do Tambo Tambulani Tambo, BA518 Nanhimbe Bº Eduardo Mondlane, Moçambique Pemba Cabo Delgado, 3202,
CONSULTORIA
Nr. 149 GABIFO/DEPC/2017/ MAPUTO,18 de Outubro
Mozambique

FICHA TÉCNICA
Director Editorial: Estacio Valoi / Redação: Germano de Sousa, Palmira Zunguze e Nazira Suleimane / Editores associados: Estacios Valoi e Luís Nhachote

© 2022 MOZ24H - Costumized by MOZAMOR COMERCIAL.

No Result
View All Result
  • Categorias
    • Economia
    • Desporto
    • Editorial
    • Politica
    • Internacional
    • Tecnologia
    • Sociedade
    • Entrevista
    • Cultura
  • Fórum
  • Anúncios
  • Contactos
  • Opinião
  • Login
  • Sign Up

FICHA TÉCNICA
Director Editorial: Estacio Valoi / Redação: Germano de Sousa, Palmira Zunguze e Nazira Suleimane / Editores associados: Estacios Valoi e Luís Nhachote

© 2022 MOZ24H - Costumized by MOZAMOR COMERCIAL.

Welcome Back!

OR

Login to your account below

Forgotten Password? Sign Up

Create New Account!

OR

Fill the forms below to register

*By registering into our website, you agree to the Terms & Conditions and Privacy Policy.
All fields are required. Log In

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In
error: Content is protected !!
Este website usa politicas de Cookie para saber mais click em Privacy and Cookie Policy.