Dois mortos no cruzamento de Namavulo e dois na aldeia de Nivenevene
Pemba — Quatro membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), afectos ao quartel de Macarara, no distrito de Ancuabe, foram assassinados com extrema violência por milícias Naparamas na manhã desta terça-feira, nas aldeias de Namavulo e Nivenevene, no Posto Administrativo de Ocua, distrito de Chiúre. Os militares encontravam-se em missão de reconhecimento.
Segundo fontes locais, dois dos agentes chegaram a Nivenevene por volta das 05h00, numa motorizada, enquanto os restantes aguardavam no cruzamento de Namavulo. Ambos os grupos foram interpelados por elementos armados. Questionados sobre a sua identidade, recusaram-se a revelá-la.
Os militares em Nivenevene terão sido abordados por um residente em busca de informações sobre os movimentos dos insurgentes. Este aconselhou-os a dirigirem-se aos Naparamas para obter mais dados. Contudo, os agentes desviaram-se, alegadamente para recolher imagens junto à escola e a uma barraca local, no âmbito de uma missão oficial. Foram então capturados, levados à força para o interior de uma residência, onde se esperava a chegada das autoridades distritais após a denúncia. No entanto, face à intensa pressão popular, que ameaçava incendiar a casa, o proprietário acabou por entregá-los. Foram então barbaramente agredidos com armas brancas, paus e outros instrumentos contundentes e queimados.
Os outros dois foram levados e submetidos a tortura até à morte. Igualmente, os corpos foram posteriormente incinerados.
As milícias acusaram os militares de serem infiltrados, alegadamente em missão de espionagem antes de um possível ataque à aldeia.
O Comando Distrital da PRM em Chiúre tomou conhecimento da ocorrência e deslocou uma equipa ao local para proceder à remoção dos corpos. Até ao final da tarde de terça-feira, os restos mortais encontravam-se na morgue do Hospital Distrital de Chiúre, aguardando os trâmites para as cerimónias fúnebres.
Informações adicionais indicam que dois membros das milícias Naparamas sofreram ferimentos após uma emboscada dos insurgentes na aldeia de Milija, também em Ocua, durante uma tentativa de contenção de um possível ataque insurgente.
Os residentes contam que o grupo armado já cruzou a Estrada Nacional nº 1 mas encontra-se no território do posto administrativo de Ocua, rumando em direcção ao distrito de Namuno.
A situação de segurança em Chiúre continua a degradar-se desde o ataque da última quinta-feira, quando insurgentes ocuparam temporariamente o Posto Administrativo de Chiúre Velho, hasteando a bandeira do Estado Islâmico no posto policial local. Esta segunda-feira, novas incursões foram registadas em várias aldeias do distrito.
A resposta das Forças de Defesa e Segurança (FDS) mantém-se lenta. Contudo, sabe-se que um contingente composto por várias unidades está a ser mobilizado a partir de Maputo, devendo chegar a Chiúre ainda esta semana, numa tentativa de restabelecer a ordem. Moz24h
