Por CF
O Conselho Constitucional tem estado e receber nas suas instalações partidos políticos que submeterem recursos referentes as eleições de 9 de Outubro. Esta quinta-feira foi recebida uma delegação do partido Renamo. Na quarta-feira foi recebida uma delegação do partido Podemos, a formação política a
candidatura de Venâncio Mondlane.
Os encontros entre o Conselho Constitucional e os partidos políticos é algo inédito. No encontro com o partido liderado por Albino Forquilha, a presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro, lembrou as alterações nos resultados das eleições autárquicas de 2023. Os resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições davam vitória ao partido Frelimo em 64 das 65 autarquias.Contudo, o Conselho Constitucional alterou estes resultados e atribuiu vitórias ao partido Renamo nas autarquia de Vilanculo, Quelimane, Chiúre e Alto-Mulocué. Como também efectou alterações nos resultados das autarquias da cidade de Maputo e Matola mas mantendo a vitória do partido Frelimo.
Lúcia Ribeiro fez saber na ocasião que todas as referidas alterações foram resultado do trabalho do Conselho Constitucional. Contudo, estas declarações entram em contradição com o que foi dito pelo presidente moçambicano Filipe Nyusi e pelo presidente da Renamo, Ossufo Momad, na campanha eleitoral para as eleições gerais de 9 de Outubro. Em ocasiões diferentes, os dois fizeram declarações que sinalizavam que as alterações nos resultados das eleições autárquicas foram resultado de negociações políticas.
Foi em Vilanculo que Filipe Nysi deixou escapar a ideia de que a passagem desta autarquia para a Renamo através do Acórdão do Conselho Constitucional foi resultado de uma negociação política com a Renamo. Por sua vez, o presidente do partido Renamo, Ossufo Momad, durante a campanha eleitoral disse qualquer coisa como, “ desta vez não vamos negociar os resultados eleitorais”.
A presidente do Conselho Constitucional tem estado a proclamar aos quatro ventos a independência do órgão que dirige apesar da conhecida interferência política. Recentemente, órgãos de comunicação social próximos ao regime, veicularam informação desacreditando aos recursos do partido Podemos depois de terem visitado as instalações do Conselho Constitucional.
Esta cartilha também foi seguida por propagandistas afectos ao regime nas redes sociais com objectivo de preparar a opinião pública para o acórdão do Conselho Constitucional que deverá validar as eleições confirmando as vitórias do partido Frelimo e de Daniel Chapo. Acredita-se que os encontros com os partidos políticos pouco ou nada vão significar no final das contas. Aliás, Albino Forquilha, presidente do Podemos, mostrou-se pouco confiante no trabalho do Conselho Constitucional. (Moz24h)