Lágrimas com sonhos dissolvidos,
A alma que chora, gritos silenciosos.
Sou sombra de desejo e ambição.
Crucificado pela bondade do coração.
Destruído pela chuva de fel,
Amado por almas sem resto que nos prendem à mente,
Perdido no labirinto do tempo infinito.
Estou vivo? Não sei.
Morto? Também pensei.
Pois caminho na escuridão do pensamento,
Com a força do amor que reluz mesmo no desespero.
Por vezes corro,
Com a certeza de que a dor não me mata.
Noutras vezes caminho lentamente,
Sei que a morte me chegará naturalmente.
Procurei a luz na escuridão,
Caminhei sobre pregos e espinhos,
Julgado e condenado por vozes e almas do inferno.
Aprisionado pelo ódio e sombras da noite.
O grito no silêncio reacende a esperança,
Desperta a ancestralidade como vingança.
Entre parábolas e versos,
Fábulas e contos,
Encontro o Eu, espírito e alma.
De: Clésio Jonaze.
