Pronto e agora vou ver se ganho para a vida, para as dívidas, para a dignidade, para dar de beber e de comer ao poeta, para comprar poesia, recargas para a net, para mandar vir o canalizador, o eletricista, para ir ao barbeiro, para levar os sapatos ao sapateiro, para o táxi, para o meu whisky da ordem nas minhas barraquinhas, para falar ao telemóvel, para a cera líquida para o chão, para as fotocópias, para a oferenda da missa que tenho que mandar rezar para a minha mãe, enfim, para me manter de pé e dormir deitado e descansado. É a vida e se não fosse assim não era tão bela de certeza absoluta e nem eu escreveria nada e nem o poeta viveria. Até logo se Deus quiser e a FRELIMO deixar.
(Eduardo Costley-White.)