Por Quinton Nicuete
Um escândalo está a abalar a loja Lucky SA, localizada na Avenida 7 de Abril, bairro de Natite, na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado. O gestor do estabelecimento está a ser acusado de furtar materiais vendidos na loja e culpar os próprios trabalhadores pelos desaparecimentos. De acordo com denúncias feitas pelos funcionários, a prática criminosa vem ocorrendo desde o ano passado, causando indignação e prejuízos significativos aos empregados.
A Lucky SA é conhecida na região pela venda de ferramentas de construção e mobiliário, mas, por trás da imagem comercial, trabalhadores enfrentam um cenário de exploração e injustiça. Segundo os funcionários, o gestor realiza furtos durante o expediente e, posteriormente, acusa os empregados de roubo, justificando assim os cortes salariais que chegam a 50% no final do mês.
Os trabalhadores relatam que o gestor é o único que possui acesso às chaves da loja e é sempre o primeiro a entrar no estabelecimento. Para além disso, há um rigoroso controle de segurança, incluindo câmaras de vigilância e revistas corporais na saída, o que torna inviável qualquer prática de furto por parte dos empregados.
“Não temos acesso às chaves nem podemos entrar com pastas. Ele é quem abre a loja e controla tudo. Mesmo assim, somos acusados de roubo e insultados brutalmente”, contou um dos funcionários, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
A situação chegou ao extremo quando um mestre de obras contratado pela própria loja revelou que o gestor costumava levar ferramentas e emitir faturas sem o conhecimento dos trabalhadores e dos responsáveis pela caixa. A revelação provocou a revolta dos empregados, que confrontaram o gestor sobre os furtos.
Durante o confronto, o gestor teria questionado o mestre sobre por que revelou o esquema aos trabalhadores, mas não negou as acusações. O clima de tensão aumentou, e os empregados exigiram explicações, mas o responsável optou por silenciar e intimidar os denunciantes.
“Ele aproveita o poder que tem para nos culpar e cortar os salários. Quando questionamos, ele parte para insultos e ameaças”, lamentou outro funcionário.
O jornal Moz24h tentou contactar a sede central da Lucky SA para obter esclarecimentos sobre as acusações e a conduta do gestor. A central alegou não ter conhecimento do caso, mas garantiu que enviará uma equipe a Pemba para averiguar os acontecimentos e tomar as devidas providências.
Os funcionários pedem que a empresa investigue minuciosamente as denúncias e responsabilize o gestor pelas práticas abusivas e fraudulentas. Além disso, exigem a devolução dos valores descontados injustamente de seus salários, bem como um ambiente de trabalho seguro e livre de maus-tratos.
A comunidade local também está a acompanhar o caso com preocupação, já que a loja é uma das principais fornecedoras de ferramentas e equipamentos na região. A expectativa é de que a sede central da Lucky SA atue com rigor para garantir justiça aos trabalhadores e preservar a reputação da empresa.
A reportagem continuará a acompanhar o desenrolar dos fatos e trará atualizações assim que houver um posicionamento oficial por parte da empresa ou das autoridades competentes. (Moz24h)