Por CF
O proeminente empresário moçambicano, Amade Camal, sugeriu a criação de um Governo de Unidade Nacional como saída da actual crise pós-eleitoral que se vive em Moçambique. Camal que falava a um
canal de televisão disse que um Governo de Unidade Nacional iria permitir um melhor funcionamento
do Estado com vantagens para e economia moçambicana. Amade Camal, disse ainda que a economia
moçambicana ficou praticamente letárgica depois das eleições autárquicas e que a actual crise pós-
eleitoral está a causar graves danos a economia.
A crise pós-eleitoral em Moçambique tem sido marcada por manifestações e paralisações da actividade económica convocadas pelo candidato presidencial, Venâncio Mondlane. Na última quinta-feira, convocou o que denominou de “marcha da vitória” que moblizou milhares de manifestantes na cidade de Maputo que envolveram-se em confrontos com a Polícia. Houve mortos e feridos. Também houve vandalismo e saque de estabelecimentos comerciais.
De vários quadrantes da sociedade têm surgido propostas de soluções para que se saia da crise. A título
de exemplo , Associação dos Escritores Moçambicanos propõe, entre outras coisas, um encontro entre
os candidatos presidenciais Daniel Chapo e Venâncio Mondlane. Esta ideia parece ter como fragilidade o
facto de excluir do quadro o actual Chefe de Estado moçambicano , Filipe Nyusi, que ele próprio parece
estar em busca de solução para a actual solução. Nyusi encontrou-se recentemente com líder do Igreja
Divina Esperança, Lourenço Fole. É a esta igreja que está ligado o candidato peresidencial, Venâncio
Mondlane.
O partido Frelimo tem-se mostrado aberto ao diálogo, mas defende que o mesmo deve acontecer
depois da promulgação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional. Por essa via, só depois da
promulgação dos resultados eleitorais seria possível um encontro entre Daniel Chapo e Venâncio
Mondlane. Um grupo de intelectuais moçambicanos onde pontificam o filósofo, Severino Ngoenha e
sociólogo ,Elísio Macamo, defende que está crise revela que é chegado o momento de refundação do
Estado moçambicano. Este grupo propõe um debate profundo de vários temas entre os quais, a
separação de poderes e os poders do Presidente da República.
A candidata a governadora da Província de Maputo pelo MDM, Fátima Mimbire, defende a criação de
um Governo de Transição com a duração de cinco anos. Neste período o referido governo vai trabalhar
para reorganização das instituições de Estado. Depois disso, é que seria convocadas eleições gerais.