Por CF
O presidente do Tribunal Supremo, Adelino Muchanga, garantiu esta quinta-feira na cidade de Maputo “não haver nos tribunais moçambicanos nenhuma ordem de prisão contra o engenheiro Venâncio Mondlane”. Muchanga também disse que caso Venâncio Mondlane chegue a Moçambique é um homem livre. Contudo, vale a pena lembrar que a Procuradoria move vários processos contra Venâncio Mondlane e num dos quais é já está detido Vitano Singano, presidente do partido RD. As declarações de Adelino Muchanga não podem ser dissociadas da tentativa de procurar caminhos para pôr fim as manifestações pós-eleitorais convocadas por Venâncio Mondlane.
Venâncio Mondlane é um actor chave para colocar fim ao clima de instabilidade é talvez o seu
regresso ao território moçambicano possa facilitar negociações nesse sentido. Contudo, mais do
que temer ser detido caso chegue a Moçambique, Venâncio Mondlane teme pela sua vida.
Segundo ele próprio, recentemente teve que mudar de lugar de exílio depois de escapar à uma
tentativa de assassinato. Aliás, foi por temer pela sua vida que Mondlane abandonou o país.
Vale a pena lembrar que foi no contexto das eleições de 9 de Outubro que dois políticos
próximos a Venâncio Mondlane foram assasinados.
Trata-se de Elvino Dias, advogado de Mondlane e de Paulo Guambe, mandatário nacional do partido Podemos, cujas mortes continuam por esclarecer apesar das repetidas promessas da Polícia.
De vários quadrantes ouvem -se vozes que falam da necessidade de se negociar o fim das manifestações de contestação aos resultados eleitorais convocadas por Venâncio Mondlane. As manifestações já provocaram mais de 100 mortes a maioria das quais causadas por baleamentoda Polícia.
Reportam-se também destruiçãos de infraestruturas públicas e privadas. Mondlane acredita ser o vencedor das eleições de 9 de Outubro apesar dos resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições darem vitória ao partido Frelimo e ao seu candidato, Daniel Chapo. As eleições foram marcadamente fraudulentas e por isso, Mondlane exige “ a reposição da verdade eleitoral”.
O candidato presidencial do partido Podemos já fez saber que vai tomar posse como o quinto
presidente de Moçambique. Contudo, ainda não está claro em que circunstâncias a referida
cerimónia de tomada de posse irá acontecer. (Moz24h)